MEMORIAL
O Memorial é um documento que você elabora passo a passo,
no qual aparecem suas impressões sobre sua aprendizagem, os acertos, as
vitórias, os avanços mas também as falhas, os momentos difíceis, as paradas, as
dúvidas. É uma espécie de "diário" no qual você poderá escrever e
contar o que estiver sentindo, refletindo, vivenciando, os gostos e desgostos
ao longo do caminho.
É a oportunidade de registrar suas reflexões sobre os vários momentos do curso e sua relação com a prática pedagógica.
É o relato das adaptações e modificações que você estiver fazendo na maneira de trabalhar na sala de aula, usando as tecnologias.
É a oportunidade de registrar suas reflexões sobre os vários momentos do curso e sua relação com a prática pedagógica.
É o relato das adaptações e modificações que você estiver fazendo na maneira de trabalhar na sala de aula, usando as tecnologias.
Características do memorial:
·
A palavra
“memorial” deriva de “memória”, portanto, os alunos deverão escrever sobre suas
histórias pessoais;
·
O texto é
narrativo, pois narra acontecimentos da vida, portanto, deverá conter alguns
elementos próprios desse tipo de texto;
·
O memorial
também é descritivo, já que os alunos descreverão passagens importantes de suas
vidas.
Exemplo de memorial:
Prólogo
O presente memorial
apresenta a história de José Gomes da Silva, pelas sendas da
educação, como aluno, professor e professor-aluno, numa trajetória que tem sua
gênese em 1969, que continua na atualidade e que se prolongará pelo futuro até uma
data ainda indeterminada.
Relatos, narrativas,
fotos e outros impressos de importância para o autor e protagonista do presente
memorial, constituem a história do estudante e do docente, daquele que é um
elementar professor. Eu.
Memorial
um professor, uma história
Capítulo I
O Curso Primário
A primeira tentativa
Era o ano de 1969, não me lembro bem. Minha
irmã adotiva, Marinalva, freqüentava as aulas da professora Isabel Angélica,
que eram ministradas em um salão de ponto comercial localizado nas imediações
da atual Praça da Bandeira, em Várzea da Roça, àquela época, o maior povoado
setentrional do município de Mairi.
Por alguns dias – n/ao me
recordo quantos – fui com Marinalva ser aluno da professora Isabel
Angélica. Foi o meu primeiro contato com
o mundo da escola, da educação.
Naquele tempo se sabia da
importância da escola, mas as famílias não tinham o cuidado e a consciência de
encaminhar os seus filhos até ela. No meu caso, todas as vezes que fui para a
escola foi por iniciativa própria, disso eu me recordo lucidamente.
Conforme já disse, não
sei por quanto tempo freqüentei essa primeira escola. Mas sei que não foi longo
o tempo que estive lá. Acredito não ter obtido nenhuma aprendizagem – as
letras, talvez – pela minha assistência irregular e pela falta de maturidade e
de orientação familiar. Era também muito pequeno (7 anos de idade). Hoje é esta
a idade para ingressar na 1ª série do Fundamental. Naquele tempo era cedo.
Tenho uma vaga lembrança
de que fui aluno de outra Isabel, a conhecida Isabel de Aristides, que ministrava suas aulas na Igreja Católica. De
quase nada me recordo. Foi uma fase extremamente efêmera.
Meu
primeiro contato com a escola rural
Em 1971 fui matriculado
na Escola Rural de Várzea da Roça, para cursar a 1ª série, ou o 1º ano, como se
dizia na época.
O prédio ficava no centro
da Praça Alfredo Navarro, esta também no centro do povoado. Numa extremidade
dele havia uma casa residencial. Alguns anos antes as professoras vinham de
outras cidades e passavam a morar ali. Na outra, a espaçosa sala de aula, com
uma longa porta de madeira e vários janelões na lateral oeste. No centro da
edificação ficava um não menos espaçoso pátio sem paredes laterais. Ali se
brincava no recreio.
A minha professora seria
Eunice Carvalho, recém-chegada à localidade, pois casara-se com um primo meu.
As aulas começaram. O
livro de leitura era a cartilha Os Cinco Irmãozinhos. A classe era constituída
por muitos alunos.
Porém não demorei muito
nessa escola porque, estando num dado momento no pátio, fui o alvo de uma
bola que foi chutada por outro aluno,
não sei se intencionalmente ou não. Só sei que isso foi o bastante para que eu
partisse chorando para casa.
Minha prima Dinalva, com
quem eu ia para a escola, e retornava todos os dias, tentava me consolar.
Sentamos um pouco num prédio de construção recente para abrigar o motor que
gerava energia para a iluminação local (ainda não havia, como se dizia, luz de
Paulo Afonso) até às 22 horas. A prima insistia para que eu voltasse para a escola.
De onde estávamos, num alto, avistava-se minha casa ao longe, na baixada, com a
lagoa na frente, formando um agradável panorama. Todavia, irredutível, segui
para casa, não pela estrada, mas por uma vereda por dentro da lagoa que estava
seca. Nesse ano não mais regressei à Escola Rural.
Agora,
na escola municipal.
Em 1971, foi inaugurado,
na Praça Topógrafo Pedro Magalhães, o Prédio Escolar Francisco Marques de
Oliveira, nome dado em homenagem ao meu bisavô materno, tido na sua época como
um homem muito culto naquele lugar.
Nesta nova escola, seria
professora da primeira série, minha irmã Valdira Gomes. Passei a acompanhá-la
diariamente para a escola e, no final do ano, estava com a 1ª série concluída.
De volta à escola
rural
No início do ano letivo
de 1972, voltei à Escola Rural e dirigi-me à professora Eunice, dando-lhe o meu
nome para compor a classe (forma elementar e informal de se fazer matrícula).
Ela me interrogou: “- E você não vai mais deixar a escola?” Respondi que não e
tudo ficou acertado.
Logo as aulas
principiaram-se. Comprei a coleção de quatro livros didáticos que a própria
professora revendia para seus alunos. Lembro-me bem do de leitura, que era
intitulado \Minha Terra. Havia também o de Matemática, Ciências – O Pequeno
Cientista e o de Estudos Sociais.
Foi um ano tranquilo na
escola. O fato mais marcante foi o desfile do 7 de Setembro, comemorativo ao
Sesquicentenário da Independência do Brasil. Desfilei num pelotão, logo atrás
da bandinha de tambores e caixas de repique e marcação. A roupa era bermuda e
camisa azul marinho, meias brancas, sapato “conga” na mesma cor da roupa e uma
faixa de fita cintilante verde e amarela, lembrando de muito longe aquela que é
usada pelo Presidente da República em
ocasiões especiais. Todos os alunos componentes deste pelotão estavam
trajados iguais.
Continuei na Escola
Rural
A 3ª série eu a cursei no
ano de 1973, no mesmo cenário da 2ª série. Também a professora era a mesma.
Nesse ano tive a companhia do meu irmão João (mais velho do que eu mas da minha
beira) a quem Professora Eunice chamava de Joãozinho, por ter um irmão com este
apelido.
Dos livros desse ano o
que mais ficou na minha lembrança foi o de leitura – Aprender é Festa. Continha
somente texto como o A Mutuca e o leão, A Bailarina, etc.
A farda usada na 3ª série
era calça azul marinho e camisa branca de mangas longas tendo um singelo
emblema no bolso constituído pelas letras ER, cursivas e bordadas na cor azul
marinho também.
O ano letivo de 1973
transcorreu normalmente, sem fatos marcantes.
Meu último ano na
Escola Rural
Chegou o ano de 1974. Já
crescido e com gosto pelos estudos, ainda que com dificuldades para reter os
novos conhecimentos, permaneci na Escola Rural para novamente ser aluno da
professora Eunice, da cidade de Campo Formoso. .
Foi um ano letivo
dinâmico, agradável e de fatos
marcantes..
No início do ano letivo,
como nos dois anos antecedentes, a professora vendeu-nos os livros didáticos
que escolheu para ministrar o seu ensino e para nós os alunos fazermos nossos
estudos. Havia na coleção o livro de Matemática, o de Estudos Sociais, O
Pequeno Cientista e o de leitura do qual me recordo enternecido. Ele era
batizado com o sugestivo título Aprenda Conversando Os Mais Belos Contos. E
realmente eram belos os contos de Malba Tahan, Esopo e outros autores. Recordo-me de que tinha o conto O Menino dos
Cabelos de Ouro, o Reformador do Mundo, Os Cegos e o Elefante...
Em junho houve a festa de
São João. Dançamos no pátio da escola e desfilamos pelas ruas acompanhando a
carroça puxada por burro, levando o casal caipira. Formei par com Isailde
Miranda, Ninha de seu Isaias.
Veio setembro e com ele
três eventos: o primeiro, a comemoração do meu aniversário, no dia 4. Para
avisar os colegas e garantir os presentes, no dia 3, véspera portanto, a
professora, como já houvera feito com outros colegas nas vésperas dos seus
natalícios, designou-me ir até a Escola Francisco Marques buscar a merenda
escolar que era feita lá. Fui, enquanto ela combinava sobre a festa do dia
seguinte com meus colegas.
No dia 4 à tarde (eu
estudava no turno vespertino), trajando a farda cáqui de todos os dias, eu
recebia as homenagens da professora e dos companheiros de classe. Com alegria,
recordo-me da colega Maria Lucília que cantou para mim uma música do cantor Odair
José que naquela época fazia sucesso. No fim da festa, com tantos presentes,
não pude sozinho leva-los para casa. As meninas os arrumaram em bandejas e,
como que formando um cortejo, acompanharam-me até a minha morada, fora do perímetro urbano. No grupo estavam
Solange de D. Rosita de Aurelino, Valmira de seu Américo, prima de Solange,
Lucília e várias outras cujos nomes fogem à minha lembrança.
Dentre os brindes, um
chamou a atenção: era um cofrinho na forma de um porco, bem gordinho.
No dia 7, o desfile
cívico. Tive a oportunidade de conduzir a Bandeira do Brasil, seguido da minha
prima Núbia, com a da Bahia.
No dia 22 o desfile foi
reeditado, em comemoração à chegada da primavera. Outra vez eu e Núbia
dividimos pelotões, conduzindo as mesmas bandeiras.
No encerramento do ano
letivo houve a festa final. Todas as provas finais como nos anos anteriores,
estavam em cadernos de férias, confeccionados e vendidos aos alunos pela
própria professora.
Fui aprovado e conclui o
curso primário. Mas minhas dificuldades em Matemática ficaram evidentes, e a
minha passagem pela Escola Rural de Várzea da Roça, como aluno, chegava ao fim.
[Mais tarde o prédio foi
reformulado e posteriormente demolido para dar lugar ao atual mercado municipal
de Várzea da Roça.
Capítulo II
1975 – um ano perdido
Em 1975
eu deveria ter ingressado no “ginásio” para prosseguir os estudos na 5ª série.
Não o fiz por medo de Matemática. Passei
a acompanhar minha irmã Valdira para as aulas do MOBRAL (Movimento Brasileiro
de Alfabetização) que ela ministrava na Escola Francisco Marques, no turno
vespertino, e na Escola Rural, no turno noturno. Eu a ajudava preparar deveres
para os alunos e orientava-os nas lições de leitura. Foi assim que passei 1975,
afastado da sala de aula, como aluno, porém não desligado da educação.
Capítulo III
Meu curso ginasial
De volta ao banco da
escola
Era fevereiro de 1976.
Numa tarde ensolarada fui, com meu irmão Evaldo que já era aluno do
estabelecimento, matricular-me no Instituto Educacional São José – IESJ, que
funcionava no Prédio Escolar Francisco Marques de Oliveira e somente no turno
noturno. Havia perdido um pouco do receio de Matemática e sentindo o prejuízo
de um ano sem progresso, e ainda percebendo meus colegas do 4º ano seguirem em
frente, decidi, sem titubear, e sem forçar a vontade, cursar a 5ª série.
Em março, mês tradicional
para o início das aulas, lá estava eu, vestindo calça azul marinho de tergal vicunha 131 e camisa
branca, também de tergal, fechada na frente até à altura do peito com o emblema
do Instituto no bolso, à altura do peito esquerdo, a compor aquela classe,
cujos alunos se entrosaram fácil, tornando-se bons amigos e companheiros.
O Prédio Escolar
Francisco Marques não comportava todas as classes. Por isso, a 5ª série foi
alojada num salão de ponto comercial anexo a uma residência nas cercanias do aludido prédio.
Foi um ano tranqüilo nos
estudos. Nas aulas vagas íamos ver televisão no posto de Rafael, vizinho do
salão ou íamos para algum lugar de interesse A Matemática não foi a fera que eu
temia. Passei de ano sem necessidade de recuperação.
1977 – o ano da 6ª
série
Em 1977 não mais
estudaria na sala de aula improvisada, todavia em outra ampla e com carteiras
mais espaçosas, no Prédio, junto com as demais classes.
Nesse ano comecei a ter
mais gosto pelos estudos e pela organização dos trabalhos escolares. Não que
antes não o tivesse. Tinha-o. Nessa série, sim, ele se ampliava. Lembro-me
nitidamente de um trabalho sobre Recife, solicitado pela professora Vanilde
Carvalho, de Geografia, até hoje grande amiga. Parece-me que foi com essa
atividade que nasceu a minha paixão pela Geografia.
Toda a valorosa equipe de
professoras que tive na série anterior continuava na 6ª série: Vanilde,
Margarida Sales, Valmira Araújo, Selma – minha prima -, Margô – da cidade de
Jacobina, Mariana – também da “cidade do ouro” e Eunice – de Campo Formoso -,
aquela mesma que foi minha professora da 2ª a 4ª série.
Dessa série eu guardo com
muita ternura a lembrança da colega Marivalda. Era ela quem nas minhas horas de
apuros em Matemática, recebia-me na sua casa para ensinar-me os assuntos que eu
tinha dificuldade de aprender. Com a bondade de uma fada, explicava-me e eu
entendia e assimilava facilmente, como se fosse por um toque de mágica.
Sempre deixei-me fascinar
pelas bandinhas escolares, as pequenas fanfarras. Em 1977 o IESJ comprou os
instrumentos musicais, dez, para formar a sua. Inscrevi-me para uma vaga. Ela
seria administrada pela professora Vanilde, também professora de Educação
Física e que confiou a outrem a montagem, seleção do pessoal e instrução da
pequena corporação. No primeiro e
seletivo ensaio, vários alunos e alunas concorriam às vagas. Muitas dessas
pessoas representavam a preferência do instrutor com o qual eu não mantinha um
relacionamento muito amistoso. Aquelas pessoas preferidas foram ocupando as
vagas e eu ficando na sobra. Contudo algumas não se adaptaram, isto é, não
acertaram tocar, sendo por isso dispensada. Dos poucos que estavam em vias de
não ter a oportunidade, estava eu que fui chamado para o teste e prontamente
aprovado. Conquistei a vaga e passei a tocar surdo-mór. Acertei na cadência da
percussão.
No dia 7 de Setembro, à
tarde, desfilávamos garbosamente. Nossa farda, toda azul marinho, com gola e
punhos brancos na jaqueta, era modesta, mas ali estávamos eu e os demais
colegas da corporação, felizes.
Permaneci como integrante
da bandinha até concluir a 8ª série, tendo tocado pratos num desfile e bumbo
nas outras oportunidades.
Para participar dos
ensaios eu saia ao amanhecer da Fazenda Pedrinhas, onde morava, para o povoado.
Nalgumas vezes, às 4 horas da manhã, para fazer a alvorada nas datas cívicas.
Bons tempos! Tempos idos!
Ao final de 1977 eu
estava aprovado e apto para cursar a 7ª série.
1977 – um ano bom.
Em março de 1978 retornei
ao IESJ para cursar a 7ª série. A classe foi abrigada em uma sala menor, com
carteiras duplas. Eu me sentava com Eliene, minha prima, na primeira carteira da coluna esquerda. A
quantidade de alunos havia se reduzido porque vários dos colegas da 6ª série
não renovaram matrícula para a série subseqüente, dentre eles, a bondosa
Marivalda.
Em compensação passaram a
compor a turma três garotas procedentes
da cidade de São Paulo – irmãs, por sinal - Ana Maria, Derivalda e Joelina, que
logo se integraram ao novo grupo e facilmente se entrosaram conosco e
tornaram-se grandes colegas e amigas. Foram minhas colegas de estudos até a 8ª
série.
A essa altura o meu
interesse e dedicação pelos estudos já estavam solidificados. Tinham-me na
conta de um dos primeiros da classe, embora isso não me envaidecesse.
A equipe de professores
foi ampliada com a chegada de três professoras da sede do município. Eram elas:
Darci Belas, Marilene e Luziáurea.
Dos dezoito alunos da 7ª
série, incluindo-me, dez formavam equipe de trabalhos comigo. E quando tínhamos
atividades, iam lá pra fazenda, onde podiam comer beiju quente na casa de
farinha, assar milho verde na boca do forno, em dias de tarefadas, apanhar
cajá, umbu e caju, conforme a época, e jogar vôlei no amplo terreiro de chão
esbranquiçado, em frente da casa, de onde se avistava o povoado no alto.
Dois trabalhos feitos
nessa série ficaram na lembrança: um sobre turismo, outro sobre os Estados
Unidos.
Nessa série fiquei mais à
vontade. Até mesmo a Matemática me deu alegrias. Minhas médias das unidades
foram altas. Houve até 10,0. Passei de ano com folga.
Vocação
não, acaso sim
No Instituto Educacional
São José as aulas eram sempre à noite. O horário de aulas, esdrúxulo, era
composto de muitas disciplinas pelo que havia em média seis aulas por noite.
Eu continuava habitando
na fazenda, cuja casa residencial ficava a somente 600 metros do povoado.
De um se avistava o outro. A cada noite, quando as aulas se concluíam, eu tinha
que andar os 600 metros
até minha casa, envolto pela escuridão, salvo quando as noites eram iluminadas
pelo prateado da lua. Falavam de assombrações, porém nunca vi nenhuma. Na 7ª série eu já não tinha a companhia do
meu irmão Evaldo, que concluíra a 8ª série no ano em que eu fiz a 5ª, nem de João,
que estudara no ano anterior, todavia desistira.
Quando das trovoadas, a
estrada de chão esbranquiçado, era tomada pelas águas, que impediam a passagem.
Era preciso atravessá-las ou pegar desvio.
Foi numa noite do citado
ano, numa aula de Orientação Educacional que a professora realizou um
questionário no qual uma interrogativa era: “- Que profissão você deseja seguir?” Não refleti e prontamente
respondi: - Professor!
Foi, na realidade, uma resposta impensada,
acidental, dada tão somente para responder aquela indagação. Jamais eu havia
reverberado em uma futura profissão, tampouco despertado o gosto e o meu
interesse por essa ou por aquela atividade laboral. Outrossim, não tive
orientação familiar nesse sentido.
Provavelmente eu disse
que queria ser professor instintivamente. Mas não nego que gostava de brincar
de escola com primos e amigos que moravam vizinhos e pelo fato de que em 1975
eu ajudara minha irmã, que era professora do MOBRAL, a preparar os deveres dos
alunos e a ensinar-lhes a ler.
Bom, depois do
questionário da professora Maria do Carmo Miranda – Carminha – eu não alimentei
a vocação de ser professor.
1979 – o último ano de
estudos na Várzea
Veio 1979 e com ele a 8ª
série. Seria o último ano de estudos na Várzea. Ainda não sabia o que fazer
depois de concluir o “ginasial” ou 1º Grau. Na povoação não havia ensino
secundário.
As aulas tiveram início.
Comecei bem em todas as disciplinas, exceto em Matemática. Não
logrei aprovação nas primeira e segunda unidades (2,5 e 5,0, respectivamente,
quando a média mínima era 6,0). O Regimento do Instituto previa que o aluno, ao
perder uma unidade de qualquer disciplina, deveria, ao final do ano,
atingir no mínimo 26 pontos, para não ir
à recuperação. Inquietante a minha situação. Já não tinha a fada madrinha que
tive na 6ª série – a colega Marivalda.
Entrementes, nem tudo
estava perdido. Reagi bem na terceira unidade e consegui média 9,5. Na quarta
unidade continuei bem, mas a média 8,5 foi o limite. Total de pontos das quatro
unidades, 25,5. Teria de fazer a recuperação final. Difícil e embaraçosa a
minha situação. Teria de estudar todos os conteúdos de Matemática ensinados
durante o ano. E se não passasse de ano? Os pensamentos vinham na minha
mente. Haveria Conselho de Classe no
qual eu tinha amplas possibilidades se não obtivesse sucesso na prova.
Vários colegas tiveram de
fazer a prova final.
Constrangedora e incômoda
era a situação de recuperação. Teria de enfrentá-la. A festa de conclusão já
estava programada e dela eu teria que participar... Porém, aprovado.
Como Moisés separou as
águas do mar Vermelho para a passagem do seu povo, minha mente se abriu para a
entrada da Matemática e eu aprendi todos os conteúdos e, “de quebra”, ensinei a
alguns colegas, ainda com dificuldades. Veio a prova final e decisiva. Resolvi
todos os problemas e, em certa noite, foi divulgado o resultado durante uma
festinha oferecida pela direção do IESJ. Galguei nota 10,0 e afugentei de uma
vez por todas o pesadelo da reprovação.
Numa sexta-feira dde
dezembro, na igreja católica da paróquia de São José, em Várzea da Roça, teve
lugar a cerimônia de conclusão do 1º Grau, presidida pelo saudoso Pe. João
Farias. O ambiente foi decorado com motivos natalinos feitos por mim e colegas.
E como é de praxe
nas conclusões de cursos de 1º ou 2º Graus, haveria de ter um passeio ou
excursão. No início do ano (1979), a turma escolheu as madrinhas: Selma e
Mariana.
Fizemos várias atividades
para angariar dinheiro. Lembro-me bem de uma festa, na Boite Central, situada
na Praça José Coelho. Durante o dia preparamos doces e tira-gostos, na casa de
Mariana, para serem vendidos no evento. Num dado momento tivemos que ir lá em
casa pegar uma galinha para assar. Fomos eu e Arionildes, colega que criou
muita afinidade comigo, desde a 5ª série. À noite, tomamos conta da
barraquinha, do lado de fora da Boite. Num dado momento estourou uma briga.
Saímos depressa, levanto a barraca. Nesse ínterim, os peixinhos fritos caíam e
ríamos, eu e Nilde, ao tentar pega-los.
Arionildes, Nilde ou
intimamente Nidinha, chamava “unche”. Isso porque, em certa aula de inglês a
professora escreveu na lousa a palavra “uncle” (tio). Nidinha entendeu o l como
h, começou a brincar comigo e o apelido ficou. Mas de uso exclusivo dela.
Programamos a excursão
para Salvador. Fiquei radiante de contentamento, pois iria conhecer a capital
do meu Estado, a primeira cidade e capital do Brasil.
Como nem todos os colegas
viajariam, o grupo ficou reduzido. Fretamos a combe do meu primo Mauro e
seguimos rumo à cidade da Bahia. Direto para o Terminal de São Joaquim, onde
tomamos o ferry-boat para Itaparica. Na ilha passamos o dia na Barra do Gil.
Que maravilha!Foi o meu primeiro contato com o mar. Retornamos a Salvador. Na
noite e no dia seguinte saímos a conhecer a cidade. Não vimos tudo, mas ficou
na memória a visita ao Museu de Arte Sacra – MASB.
Retornamos a Várzea da
Roça e assim ficava concluída a minha passagem pelo Instituto Educacional São
José.
Capítulo IV
Meu Curso Colegial ou de 2º Grau
Por falta de uma escola secundária em Várzea
da Roça, tive que, em 1980, mudar-me para a sede do município, Mairi. Lá
requeri matrícula no conceituado e único estabelecimento de 2º Grau do
município. Ainda não era o momento de optar por um curso profissionalizante,
uma vez que o 1º ano colegial correspondia ao então chamado “básico”. Somente
ao final deste era que no ato de renovação da matrícula, o aluno efetivaria sua
opção entre Magistério de 1º Grau e
Técnico em Contabilidade.
Ora,
eu estudar Contabilidade? Não. E a Matemática? Ser contador para mim era
sinônimo de gostar de Matemática e ter amplo domínio dela. Eu não o tinha. Por
isso, não me restava outra alternativa se não seguir cursando o Magistério.
Não
foi uma escolha vocacional, mas circunstancial. Continuei, ao decidir-me pelo
referido curso, a não pensar no exercício da profissão de professor, depois de
conclui-lo.
Retorno
à minha chegada ao Colégio Cenecista (Cenecista porque da rede CNEC – Campanha
Nacional de Escolas da Comunidade).
Não
tive dificuldades para adaptar-me ao novo educandário. Agradou-me muito o amplo
ambiente arborizado, com salas amplas, etc. A equipe de professores, excelente
e, compondo-a estavam Valdeni, minha irmã, professora de Inglês, Maria
Perpétua, que lecionava História e Educação Moral e Cívica, Dr. Tadeu, , que
ministrava Biologia e Química, Iraci Pacheco, com Língua e Literatura, Célia
Souza, responsável por Geografia e Educação Artística, depois substituída por
Lucília Lima, em Geografia, Zilda Pedreira, de Matemática e Givaldo, titular de
Física.
O
entrosamento com os novos colegas, alguns inclusive do povoado de Angico,
aconteceu naturalmente e formamos uma ótima classe.
Não
houve grandes fatos no 1º ano. Os que permaneceram na memória foram a quadrilha
junina e a exposição de trabalhos artísticos, na biblioteca, ambos os eventos
organizados pela professora Célia Souza.
Ao
final do ano, apesar de ter ficado em recuperação de Física, logrei aprovação.
1981 – o ano da decisão
No
2º ano (correspondente ao 1º de Magistério) eu já me sentia bem mais à vontade
naquele centro educacional. Havia conquistado a simpatia dos professores do ano
anterior, como também dos novos, como Leibnitz (do qual herdei o estilo de
fazer aulas) e Edileuza, esta a principal docente do Curso de Magistério..
Os
estudos seguiram seu curso natural. De novidade, as observações de aulas nas
escolas de 1ª a 4ª série e aulas práticas nos últimos meses do ano. Em todas as
aulas que ministrei estive bem, mesmo que “instintivamente”.
Quando
da minha chegada em Mairi, em março de 1980, ainda havia na escola um antigo
preconceito das pessoas da sede com relação a outras dos povoados. Malgrado,
pelo meu temperamento, pela minha postura diante dos fatos, pelo meu ótimo
desempenho como aluno, sem esquecer da amizade dos meus professores, o preconceito
não surtiu efeito algum diante de mim.
Em
agosto de 1981, a
direção realizou uma promoção pelo transcurso do dia do estudante. Cada turma
elegeria o seu estudante padrão. Na minha fui o eleito. E na solenidade, com a
presença de todos os eleitos, houve um sorteio de 2 mil cruzeiros. Maria
Tereza, a secretária da escola naquele ano, pegou o bilhete que continha o meu
nome. Ganhei o prêmio, duas notas de mil cruzeiros, cada uma semelhante a uma
carta de baralho, com duas efígies do Barão do Rio Branco, em posições
invertidas. Como não poderia ser de outro modo, fiquei imenso satisfeito.
Ao
final do ano, novamente aprovado, sem qualquer recuperação.
1982 – o ano da formatura
1982
foi o ano da minha 3ª série do 2º Grau. Esta série foi a continuidade da
anterior: o estudo das Didáticas, Prática de Ensino, um maior número de aulas
práticas, estágio...
Esse
ano transcorreu também normalmente sem fatos marcantes.
Objetivando
a festa de formatura e um provável passeio no final do Curso, realizamos alguns
eventos para angariar dinheiro. Um deles foi uma pela de teatro que escrevi
sobre drogas. Ela foi encenada por mim e colegas, além da cidade, nos povoados
de Várzea da Roça, Angico e Cruz de Almas.
Veio
o estágio. Fí-lo na Escola Professora Edeltrudes Pacheco, no turno vespertino,
em uma classe de 2ª série (como era o meu desejo), da professora Maria Célia de
Oliveira Pacheco.
Tornei-me
agradável aos pequenos alunos e cumpri as 120 horas satisfatoriamente. No
encerramento a festinha estava preparada a rigor e satisfez a todos que dela
tomaram parte. Não me faltaram presentes dos alunos.
As
aulas práticas e o estágio fizeram nascer em mim características de um
professor que abraça a profissão por vocação, embora isso não estivesse
acontecendo comigo.
Como
aluno, nesses três anos, senti-me valorizado pelos meus professores e
respeitado pelos meus colegas. A essa altura eu já era tido como um bom
professor. Bom professor e ausência de
vocação, um paradoxo.
Em
17 de dezembro, a formatura. Professorandos e Cont6adorandos juntos. Nosso
paraninfo, Padre João Farias, e nossa madrinha, professora Edileuza Farias.
A
solenidade simples, sem luxo nem requinte, foi desenrolada na Igreja Matriz.
Proferi o juramento que foi repetido pelos meus colegas. Para mim o juramento foi apenas uma
formalidade, um número da solenidade, porque até aquele momento não estava nos
meus planos seguir a “carreira de professor”.
Tive
como madrinha de formatura a minha irmã Valdira, que foi a minha professora na
1ª série, em 1971, na Escola Francisco Marques de Oliveira.
Um
baile aconteceu na antiga sede da Sociedade Lítero Recreativa Sete de Setembro.
Finalmente,
o passeio. 31 de dezembro. Seguimos para Conceição do Coité. Nesta cidade do
Nordeste baiano, na região sisaleira desfrutamos do reveillon, na Praça central
e no Clube ACCA. No alvorecer do dia 1º de janeiro, rumamos para a estância
hidromineral de Caldas do Jorro, na mesma região. Hospedamo-nos num rústico,
porém agradável hotel e durante o dia usufruímos das águas termais quer nas bicas
da Praça Ana Oliveira, quer nos complexos de banheiros.
À
noite faltou energia e, à luz de velas, ficamos por algum tempo a contar causos
e piadas. No novo amanhecer pudemos degustar os deliciosos mingaus que eram
vendidos na referida praça.
Na
tarde do dia 2, regressamos a mairi, ficando eu 11 quilômetros
antes, ou seja, em Várzea da Roça..
Foi
uma excursão rápida e singela, que contou com a participação de Solange
Almeida, Dilma Pacheco, Mara Selma Cedraz, Josué Rios, Salomão, Manuel Assunção
e outros.
Concluído
o 2º Grau, eu pus um alongado ponto parágrafo nos meus estudos, ponto esse que
duraria 21 anos. Mairi não dispunha de escola superior. . Recursos financeiros
para mudar-me para outra urbe maior eu não os tinha.
Capítulo V
Por acaso e sem vocação, José na
educação
Até
o término do curso secundário eu não havia, em nenhum momento, pensado e
despertado o meu interesse por estudos superiores. Jamais almejei uma profissão
de nível universitário. E nem poderia sequer desejar ingresso numa universidade
porque o vestibular seria uma barreira instransponível e custear os estudos
seria impossível para mim, haja vista pertencer a uma família sem abundantes
recursos financeiros, sem visão de futuro e sem capacidade de incentivar-me
para uma vida acadêmica, dada a rusticidade da vida que se levava.
Assim,
convencido das minhas limitações, era chegado o momento de tão somente adquirir
um trabalho, em que área fosse para manter-me a sobrevivência. Não obstante,
tendo o curso de Magistério, eu não desapertei para o ensino.
Na
primeira quinzena de janeiro de 1983 viajei para a metrópole paulistana com o
único propósito de obter o necessário emprego e fixar residência por lá. Passou
o restante de janeiro, todo o mês de fevereiro e a primeira semana de março e
minha colocação no mercado de trabalho não aconteceu. Contudo não pensava
regressar ao Nordeste, como fazem muitos emigrantes que para lá acorrem e não
se acostumam com a vida bruta naquele imenso “universo” de concreto.
Num
certo fim de tarde, num edifício da Avenida Timóteo Penteado, em Guarulhos,
recebi um telegrama de Mairi, remetido pela minha irmã Valdeni, que continuava
professora do Centro Educacional Cenecista mairi. A mensagem da correspondência
era por demais concisa: “Volte,
colégio acertado!”
Ela
(Valdeni) conseguiu vaga para eu lecionar. A diretora, por ter sido minha
professora de Língua e Literatura e conhecedora das minhas possibilidades para
o exercício da docência, acatou o pedido de vaga feito por Valdeni e, como não
consegui na megalópole o pretendido emprego, retornei para assumir o meu posto
no Colégio que, nesse ano, passou a se chamar Centro Educacional Cenecista Luiz
Rogério de Souza.
Contando
com 20 anos de idade, abracei (involuntariamente e por acaso) a missão de ser
educador, de lecionar e instruir.
Nesse
ano minhas aulas foram nos turnos vespertino (turmas de 7ª e 8ª séries) e
noturno (da 5ª a 8ª série e 1º ano do 2º Grau). Inicialmente lecionei História
Geral, Educação Moral e Cívica/EMC e Organização Social e Política do
Brasil/OSPB.
Desempenhei
com normalidade o meu papel e tive bom relacionamento com os discentes, de modo
geral. Mas como em tudo há os senões, amarguei as ações de mau caráter de
alguns alunos que ao longo do ano letivo colocaram em xeque a minha habilidade,
aptidão e o próprio cargo. Eu quis desistir logo em junho, contudo não me
lembro porque conduzi até dezembro.
Em
setembro fui convidado para auxiliar de secretaria. Aceitei. Ao encerrarem-se
as atividades letivas a diretora, face os poucos mais desagradáveis incidentes
que me envolveram, disse-me que eu não deveria lecionar no ano seguinte, eu
permaneceria na Casa como auxiliar de secretaria. Concordei. Mas insisti em
ficar com apenas duas classes, à noite. 7ª e 8ª série e com a disciplina
História. A diretora acedeu ao meu pedido.
1984 – O início do meu soerguimento
1984
foi um ano de relativo sossego para mim. Os alunos das duas classes escolhidas
eram serenos e tornaram-se bons amigos meus. Com eles eu fiz ótimo trabalho à
frente de História e comecei a redimir-me e superar os traumas do ano
antecedente.
A
7ª série (turma de Antonio Mercês, Cláudio da Cruz), Dinalva, Edna Lima, Eliana
Rosa, Elisa Mendes, Elza Maria de Deus, Erivaldo Ribeiro Eugênia, Gilson Rios,
Joeval, Josafá Rios, Jucileide Farias, Jurandi Rios, Lucidalva, Maria Aparecida
Maria da Conceição Bispo, Noeme Rios e Sueli Belém preparou-me uma bonita festa
de aniversário. Dela fui merecedor pelo carinho e amizade com que sempre tratei
meus alunos. O presente oferecido a mim pela turma, eu ainda o tenho e utilizo
na minha sala de trabalho (a gerência) no Colégio Cenecista.
A
turma da 8ª série também estava composta por excelentes pessoas.
Pouco
a pouco eu me soerguia. Recuperava-me. E desde então, começava a crescer a boa
imagem do professor José Gomes.
Em
1985 continuei com as mesmas atividades que foram acrescidas de aulas de
História do Brasil, na 5ª e 6ª série do turno noturno, em substituição à colega
Rita Menezes.
No
2º semestre de 1984, eu, a diretora e auxiliar de direção resolvemos criar uma
banda marcial para o estabelecimento. Começamos realizar eventos para adquirir recursos para a compra dos
instrumentos musicais. O mais notável desses eventos foi o baile da saudade, no
antigo clube Sete de Setembro. Outro foi a festa do reveillon, no dia 31-12-1984.
Com
o dinheiro obtido, compramos 12 instrumentos, com os quais iniciei as
atividades. Selecionei as pessoas interessadaa em participar da corporação, que
incluiu alunos e professores. Batizei o grupo de Banda Marcial Lira de Prata.
No dia 7 de Setembro de 1985 fizemos o primeiro desfile oficial, usando
fardamento nas cores vinho (predominante), amarelo e branco. A comunidade
recepcionou bem a bandinha cenecista.
A
partir dessa primeira apresentação ganhamos a simpatia do então Prefeito
Deraldo Cedraz Carneiro e do seu filho Roque Nilson, secretário de
Administração, que passaram a colaborar incondicionalmente para o crescimento
do grupo, com a compra de mais instrumentos, custeio de viagens, etc.
Instruir
a banda por três anos. Afastei-me. Retornei em outra ocasião por pouco tempo e,
posteriormente, a deixei em definitivo. Porém ela continuou viva, ampliou-se,
melhorou na qualidade musical, mudou a farda, porém conservando as cores originais
e teve o seu nome mudado para FANCEM – Fanfarra Cenecista Mairiense, e ao longo
dos seus dezenove anos tem animado desfiles e festividades em várias cidades
vizinhas e circunvizinhas.
O
desfile do 7 de Setembro de 1986 foi empolgante, tanto em Mairi quanto em
Várzea da Roça, para onde fomos tocar como convidados. Lá retornamos outras
vezes.
Sob
a minha orientação fizemos uma apresentação em Salvador, em outubro de 1986,
por ocasião da inauguração da sede estadual da CNEC, em Patamares.Nesse mesmo
mês e depois da apresentação na capital, voltamos, no dia das crianças, às ruas
e praça de Mairi para uma memorável exibição, quando a cidade recebeu também a
banda do colégio cenecista de Piritiba
1986 – o ano bom
.
1986
é aquele que eu chamo de “ano bom”. Foi quando consolidei a minha total
recuperação das nefastas agruras de 1983.
Continuei
servindo à secretaria da escola e ampliei minha carga horária em sala de aula.
Além de permanecer com História, assumi Geografia (antiga paixão) para ser
feliz. Fiquei à vontade com a nova disciplina. Nenhum problema com aluno, ao
contrário, somente relações amistosas. A essa altura, devido à minha facilidade
de dominar os conteúdos, à minha responsabilidade no cumprimento dos horários e
dos prazos e à maneira amistosa com que tratava a todos, lucrei respeito e a
minha imagem de bom professor crescia mais e mais.
E
assim continuei pelos anos de 1987 e 1988. Indubitavelmente foi esse período,
de 1986 a
1988, por causa da Geografia, a minha melhor fase como professor, até hoje.
1989 – o ano irregular
Em
janeiro de 1989 deixei o colégio para realizar um estágio de três meses na
agência local do Banco do Brasil. Como no início do segundo mês fui transferido
para o posto avançado em Várzea da Roça a experiência com as atividades
bancárias malograram. Faltando algumas semanas para o término do contrato pedi
rescisão do mesmo, no que fui atendido.
Fiquei
da segunda quinzena de março até meados de julho desempregado. Na segunda
quinzena desse mês fui reincorporado à secretaria do cenecista e retornei às
salas de aula com as disciplinas Português, Ciências e metodologia das
Ciências.
1990 – o ano do concurso
Vivendo
a inquietação que me afetava desde janeiro de 1989, em janeiro de 1990 decidi
voltar a São Paulo com aquele mesmo ideal de quando lá fui pela primeira vez,
em outro janeiro, o de 1983: conseguir um emprego. E fui.
Desta
feita eu estava “ligado” nos concursos. Estava também melhor preparado,
inclusive na sempre temida Matemática. Lá em Sampa fiz três concursos, um
inclusive num colégio, em Guarulhos, para auxiliar de secretaria, onde, certa
noite, aguardando a minha vez para a entrevista, recebi o comunicado de que
havia sido aprovado noutro concurso feito dois dias antes. Desistir da
entrevista e do possível emprego no Crispiniano. O outro emprego me traria mais
vantagens. Seria na CMTC (Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos).
Ledo engano. Apesar de ter sido o 9º colocado entre mais de mil concorrentes,
num exame de 40 questões só de Português e Matemática, perdi na 2ª etapa e,
como, com a entrada em vigor do Plano Collor emprego ficaria difícil na capital
bandeirante, tendo perdido duas chances simultaneamente, eu já sentia que não
seria mais tão fácil permanecer por lá.
Nesse
ínterim eu recebi um telefonema da diretora do Cenecista propondo o meu
retorno. Esse contato foi decisivo para o meu regresso: iriam ser abertas
inscrições para concurso para professor pela Secretaria de Educação do Estado
da Bahia. Não titubeei e, novamente, o emigrante nordestino batia em retirada
da terra da garoa.
De
volta ao torrão, recuperei meu cargo de auxiliar de secretaria e imediatamente
fui para a cidade de Feira de Santana efetivar minha inscrição no concurso
anunciado. Para alcançá-la, eu e outros colegas enfrentamos dois dias de longa
fila no Colégio Estadual de Feira de Santana.
Durante
o tempo que aguardei a realização das provas e a divulgação do resultado,
também voltei às salas de aula do Luiz Rogério, com as disciplinas Prática de
Escritório, Serviços Bancários e Inglês, no 1º Grau.
Algum
tempo depois eu e as colegas inscritas (Norma Lucia Almeida, Nilda...) voltamos
a Feira de Santana para sermos submetidos às provas. Hospedamos-nos novamente
na casa de Dilma Pacheco. A primeira vez que lá fomos hóspedes da amiga Dilma
foi por ocasião das inscrições.
Quando
foi divulgado o resultado, todos nós estávamos aprovados. Dentre os dezenove
selecionados em Mairi fui o 7º colocado. Para ficar nesta classificação a
Matemática foi decisiva.
Realizados
os exames médicos e os procedimentos de
praxe, fui designado para a Escola Walter Cerqueira, onde trabalhei com uma
classe de Alfabetização tão somente por quatro dias. Não tendo a mínima
habilidade para lidar com alunos da
faixa etária da Alfabetização, fui transferido para o Colégio Cenecista que,
por força de um convênio entre a SEC e a CNEC, pode absorver meus serviços de
docente que lá tanto já eram conhecidos.
E
assim se fez. Já era abril de 1991. Dessa data até o final de 1997 eu fiquei
servindo ao Cenecista, mas já como professor do quadro da SEC. Nesses sete anos
lecionei Educação Artística, Geografia, Metodologia das Ciências, Iniciação às
Ciências e Metodologia da Geografia, no Curso de Magistério, e Inglês.
1998 – na Escola Durval, uma nova fase
Ao
retornar das férias, em fevereiro de 1998, fui surpreendido pela notícia da
expiração do Convênio SEC X CNEC. Isso significava que eu e outros colegas da
rede estadual, mas a serviço do Cenecista, iríamos mudar de escola. Dito e
feito. Recebi da DIREC uma correspondência designando-me para a Escola Estadual
Durval Santos Silva. Obedeci, todavia fiquei desapontado. Sabia-se que essa
escola era problemática.
Apresentei-me
à diretora Hilda Lea e disse-lhe da minha preferência por Geografia. Não.
Respondeu-me ela. A escola estava necessitando de professor de Inglês. Eu já
tinha experiência com esta disciplina que, além de haver lecionado por vários
anos no Cenecista, em 1994, durante três meses, no CEAM (Colégio Estadual
Abelardo Moreira), substitui uma colega por motivo da sua licença.
Lecionar
inglês, para mim, já não era prazeroso. O alunado não dava importância ao
estudo de língua estrangeira. Mas, como há males que vêm para bem, e sem outra
opção, principiei minhas aulas de inglês na Escola Durval, nos turnos matutino
e noturno.
E
por sete anos tenho feito aulas de inglês na Durval Santos.
Mesmo
com a mudança para a escola pública, permaneci no Cenecista, no meu cargo,
agora de secretário, e também como professor. Nesse estabelecimento, após 1999,
trabalhei com Desenho Geométrico e Geografia, no Ensino Médio. A partir de
2000, até hoje em dia, tenho sido o titular da disciplina Espanhol, também no
Ensino Médio.
Igualmente,
a partir de 2000 e nessa mesma escola, de secretário passei a gerente
administrativo com a função de vice-diretor incorporada à gerência.
Em
síntese, minhas atividades hoje, na área da educação, são:
No
Centro Educacional Cenecista Luiz Rogério de Souza:
o
Gerente Administrativo
o
Professor de Espanhol no Ensino Médio
Na
Escola Estadual Durval Santos Silva
o
Professor de Inglês da 5ª a 8ª série.
Capítulo VI
Minha Ação Docente
Desde
1983 (21 anos já decorridos), com duas interrupções de curta duração, eu estou
inserido no processo educacional, com o cargo de professor regente, na rede
estadual, e como gerente administrativo, com a vice-direção agregada a esse
cargo, numa unidade da rede cenecista.
O
meu ingresso na educação se deu por acaso e sem o furor da vocação, porque esta
nunca existiu. Quiçá tenha sido motivado pelo medo que a Matemática me fazia,
fator que me desviou de outros caminhos profissionais. . Disto já disse.
Meu
primeiro ano de ensino foi problemático. Disto também eu já contei. Entrementes
os traumas foram superados e as feridas,
cicatrizadas com antisépticos da mais formidável eficácia: amizade pelo
aluno, respeito às diferenças, responsabilidade, domínio e segurança dos
conteúdos trabalhados, com nível cultural compatível com a minha função.
Detentor destas características, tornei-me uma espécie de mito ou ícone da
educação do município de Mairi, embora eu não seja nenhum fenômeno e nada tenha
feito de especial e faraônico pela educação, tampouco tenha ganhado o prêmio
Victor Civita. Fizeram uma “fama” em torno do professor José Gomes, no entanto
isso não me envaidece porque não gosto de exibicionismo nem de me sentir “the
best”. Por natureza e temperamento sou uma pessoa elementar e humilde. Talvez
por isso eu conquiste facilmente a amizade e a confiança dos meus alunos e das
pessoas, em geral.
Esse
respeito profissional que me dispensam, serve-me como paliativo para os
dissabores que constituem as nuvens plúmbeas que pairam sobre mim enquanto
“educador”.
Em
contato direto com os alunos, busco sempre, além de trabalhar conteúdos,
ajuda-los no que for possível, conversar com eles, ouvir os seus problemas,
aconselha-0los em situações que requerem palavras encorajadoras e animadoras.
Na
lida com os conteúdos, não nego ser tradicional. Sou produto dessa tendência
filosófico-pedagógica. Sou favorável às inovações e à implementação das idéias
progressistas de Paulo Freire, porém aproveitando o que tem de bom no tradicionalismo.
Os
ideais construtivistas e os PCNs ainda não se firmaram no cenário educacional.
A cada ano acontece uma famigerada jornada pedagógica nas escolas, que de nada
valem. Falam-se de coisas novas, interdisciplinaridade, etc. e tal. Não
obstante, tudo fica no dito pelo não
dito porque nenhum projeto eficaz é efetivamente implementado e a tão falada
interdisciplinaridade que já deveria ser uma sólida realidade fica mesmo sendo
coisa de “jornada pedagógica”.
E,
como diz o aforismo popular “uma andorinha só não faz verão”, eu não consigo
evoluir em termos de novas tendências pedagógicas, porque a integração de todos os fatores que resultam no processo educacional não acontece
harmoniosamente. Tento individualmente, realizar o que me é possível, mas sinto-me
um grão de areia naufragando nas glaucas águas da Baía de Todos os Santos. E
assim vou seguindo sendo o elementar professor José Gomes.
Capítulo VII
Feira das Nações
meu maior projeto extra-classe
Envolvido
com a educação, faz anos, as minhas ações
não ficaram limitadas às quatro paredes de uma sala de aula. Sempre gostei de
colaborar com a escola com aquilo que
estivesse na esfera das minhas possibilidades. Estas permitiram-me realizar
duas coisas: primeiro, montar, entre e
5, logo nos meus primeiros anos dentro da educação, como docente, o que hoje é
a FANCEM – Fanfarra Cenecista Mairiense, da qual já aludi anteriormente.
Segundo,
a realização, por cinco anos consecutivos, do Projeto Feira das Nações, exitoso
em todas as edições, mas que, pensando bem, foi uma gigantesca audácia da minha
parte, haja vista ter mobilizado tanta gente.
A
seguir, conto-lhe toda a história e apresento-lhe fotos, cartas, convites,
depoimentos, reportagens, etc., desse que até agora foi o meu maior feito
extra-classe, como professor
Feira das Nações:
um envolvente projeto
educativo-cultural
No ano de 1995, o Centro
Educacional Cenecista Luiz Rogério de Souza realizou por primeira vez uma Feira
Cultural que foi reeditada nos anos subseqüentes.
Inicialmente as feiras culturais
do Cenecista eram modestas e limitavam-se a apresentar aspectos de conteúdos
das disciplinas curriculares, sendo a gincana estudantil o ponto de ebulição em
cada edição.
Em 1999, já no clima das
comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil, foi realizada a 5ª feira
cultural, que destacou de forma geral, aspectos diversos de cada uma das cinco
macrorregiões brasileiras. Este evento, do qual não participei da organização
(fui um mero espectador e apenas dei sugestões para alunos) teve grande sucesso
e a receptividade dos mairienses foi
notória. Aquela feira demonstrou grande evolução com relação às anteriores. A
criatividade dos alunos foi impressionante.
Nesse mesmo ano de 1999,
estando a visitar a exposição da Região Sul, ouvi os lamentos de alguns alunos
causados pelo pouco tempo que tiveram para preparar a exposição e as
apresentações em palco.
Apesar de tudo a Feira Brasil 500 Anos foi excelente, a tal
ponto, que me empolguei e prometi aos alunos de quem escutei as lamentações,
que faria o projeto para a Feira do ano
2000 e o apresentaria à escola no início do ano letivo, para que todos
tivessem o tempo necessário para os preparativos.
Como o Brasil já tinha
sido amplamente apresentado na cidadã edição e noutros eventos realizados pelo
Cenecista, e, lembrando-me de algumas páginas do jornal A Tarde, que mostravam
fotos de feiras de nações feitas por colégios da capital, e dada a minha
afeição pela Geografia e pela História, disciplinas que lecionei no passado, no
Cenecista, decidi fazer o meu projeto transformando o evento em feira das
nações.
Selecionei alguns países
de culturas bastante interessantes: Brasil (rural), Itália, Espanha, Cuba,
Egito, Austrália, Peru e China. Um país para cada série, ficando o Brasil para
ser apresentado pelas turmas da Alfabetização a 4ª série. Escolhi para tema
central do evento a tradução do título da música do USA for África – WE ARE THE
WORLD – Nós Somos o Mundo, considerando que são os diferentes povos que formam
a população humana da Terra e, em que pesem as diferenças étnico-culturais,
todos podem viver em paz, harmonia e com solidariedade.
Apresentei meu projeto
que foi bem aceito pelos colegas e pelos discentes da Casa. Todos começaram a
trabalhar para a concretização do mesmo, estabelecendo a última semana de
outubro para a sua celebração.
Passei a coordenar os
trabalhos e a remeter correspondências para embaixadas, consulados, emissoras
internacionais de rádio por ondas curtas e a amigos meus no exterior para a aquisição de
materiais. E recebemos das embaixadas do Egito, da Itália, da Espanha e da
China.
Foi formada uma comissão
de professores para dirigir os trabalhos, e designados outros para coordenarem
as turmas.
A grande contribuição
internacional recebemos do Departamento de Português da Rádio Internacional da
China, que nos enviou CDs com músicas tradicionais chinesas, mais de 600
cartões-postais da China, mais de 100 adesivos e flâmulas com o logotipo da
emissora, coleções de marcadores de
páginas, broches, etc.
Contamos também com o
patrocínio do Banco do Nordeste que, através do seu agente de desenvolvimento,
o Sr. Ubiracy Teixeira, montou um stand no Cenecista para atendimento ao
público num dos dias do evento.
E veio o tão esperado
dia. Feira das nações, algo inédito por estas paragens. A solenidade de
abertura, ao som de músicas típicas dos países, o simbólico concurso Miss das
Nações, vencido pela aluna Letícia Oliveira, da 8ª série, representando o
Egito, empolgaram a todos que assistiram. A solenidade e o concurso foram
apresentados por mim e pela colega Naiá Pacheco. Grande público assistiu a
tudo. Todas as pessoas ficaram entusiasmadas. Passaram-se os outros dias, com
novas atrações. Alunos de todos os estabelecimentos de ensino do município de
Mairi visitaram as exposições
As apresentações
culturais, em palco, estavam interessantes, com destaque para a encenação da
Revolução Cubana e as referentes ao
Peru, enfocando fielmente a cultura inca.
A 2ª Feira das Nações
A primeira feira das
nações foi, sem falsa modéstia coroada de sucesso. O êxito da 6ª feira cultural
ou 1ª feira das nações animou a todos para a realização da segunda. Não hesitei
em elaborar o novo projeto. Para tema, PLANETA SONHO, inspirado na música
homônima do grupo brasileiro 14-Bis, que se tornou tema sonoro. O sonho de
fraternidade de Martin Luther King Jr. Também
foi por mim lembrado ao criar o tema do evento.
Selecionei os seguintes
países: Brasil (urbano), para as turmas da Alfabetização a 4ª série, e para as
demais classes, Jamaica, França, Marrocos, Alemanha, Equador, México e Japão.
Como no ano anterior,
elaborei projetos específicos para cada turma, sugerindo o que fazer para as
exposições e para as apresentações de palco. Apenas sugestões para nortear os
trabalhos, deixando as classes com total liberdade para produzirem o que
desejassem
Novamente o meu projeto
geral foi aceito. Formou-se a nova comissão. Foram designados os coordenadores
de turmas e passei novamente à coordenação e ao serviço de correspondência,
buscando os indispensáveis subsídios.
Recebemos a colaboração
em materiais de embaixadas em Brasília e consulados noutras cidades. Do
exterior chegaram-nos contribuições da Rádio HCJB – A Voz dos Andes, de Quito,
no Equador; da Rádio França Internacional e da Radio Deutsche Welle/A Voz da
Alemanha. Destas últimas tivemos vários brindes (bonés, chaveiros, revistas,
livros, abridores de garrafa, canetas, isqueiros, adesivos, etc.) que sorteamos
para o público numa das noites da programação. A doação de A Voz da Alemanha
foi muito significativa, talvez pelo fato de eu ser seu ouvinte e monitor
técnico desde 1984, e foi preparada e enviada pelo Dr. Reinhold Meyer, diretor
do Departamento África, e pela Sra. Annelie Johannemann, do Departamento de
Informação Técnica. Da RFI, contamos com a amabilidade da Sra. Sonia,
secretária do Serviço de Português para a África.
A senhora Eunice
Carvajal, equatoriana muito amável e gentil, do Departamento de Português da
HCJB – A Voz dos Andes, também nos enviou bonitos mapas, cartões-postais e
outros materiais interessantes e úteis, e sugeriu-nos gravar alguma coisa com a
participação dos alunos que apresentariam o Equador, para que ela divulgasse
através do seu programa Equador Povo e Cultura, transmitido às terças-feiras.
Abracei a idéia e produzi um pequeno programa de rádio, abordando aspectos
gerais do Equador.
Por intermédio do
professor Reinaldo Rocha, meu colega e comunicador da Rádio Morro Verde AM, de
Mairi, conseguimos que o Sr. João Almeida, diretor desta emissora, fizesse
conosco a gravação do programa, com a participação de vários alunos, que foi
enviado para a Sra. Eunice, na HCJB, em Quito, capital do Equador, de onde, por
várias datas, foi transmitido para todo o Brasil.
A partir da gravação do
programa FALANDO DE EQUADOR, o colega Reinaldo sugeriu a produção e gravação de
outros programas sobre os demais países da 2ª Feira das Nações. O Sr. João
Almeida simpatizou com a idéia. Passei então a produzir cada um e a fazer as
gravações juntamente com Reinaldo na locução, tendo a participação de alunos de
todas as séries, cada um participando da locução do programa sobre o país
apresentado por sua turma.
Definimos um cronograma
de transmissões e a Morro Verde – A Voz Forte de Mairi, difundiu-os a cada
sábado das semanas que antecederam o ápice da 2ª Feira das Nações. A realização
destes programas e a parceria da Morro Verde veio se constituir numa
interessante e instrutiva parte da programação.
E eis que, outra vez, na
última semana de outubro de 2001 fizemos cumprir o projetado. Evoluímos muito
na organização e no nível de tudo que apresentamos. A solenidade de abertura
foi marcante e contou com a participação da fanfarra do Luiz Rogério, que
animou um desfile no qual todos os alunos participaram vestindo trajes típicos
e camisas feitas especialmente para a ocasião, além de conduzirem bandeiras,
placas e outras alegorias, no início da noite, pelo centro da cidade. As
“japonesas” atraíram as atenções, vestidas que estavam de belos quimonos.
O concurso Miss das
Nações foi sensacional e a vencedora foi a aluna Luciana Augusto, da 8ª série,
representante da Alemanha. Na primeira prova do concurso, usando um original
traje típico, como que por uma mágica, ela saiu de uma grande garrafa de
cerveja “Bavária”, para a vibração dos seus colegas de classe e torcedores e
para o deleite de todos que assistiam ao
espetáculo.
As exposições estiveram
belíssimas e toda a programação contou com o prestígio da sociedade local, que
lotou o Cenecista durante todo o ensejo. Contamos também com a visita de
estudantes e professores dos vizinhos municípios de Pintadas e de Várzea da
Roça.
O evento foi filmado por
profissionais especialistas (Evânio Carlos e Roger, da cidade de Capim Grosso),
que produziram um belo documentário em fita de vídeo. Também houve reportagem
publicada num jornal da cidade de Jacobina, por intermédio do Sr. Alicio leal,
ex-presidente da CNEC local, e no
Circular, editado pela CNEC nacional.
Todos os países foram
dignamente apresentados, com grande destaque para o Japão, a Alemanha, o
Equador e a Jamaica.
Na parte de palco, os
grandes destaques foram: a coreografia da música Pavão Misterioso, cantada em
espanhol pelo grupo Inti-Aymará e Nacha, feita pela turma do Equador; a
encenação da Queda do Muro de Berlim, cuja peça teve a minha autoria, realizada
pelos alunos da 8ª série, e também a teatralização da explosão atômica de
Hiroshima, feita pelos representantes do Japão.
O nosso progresso em
termos de organização e produção do evento, superou as feiras culturais
anteriores e alargou os horizontes culturais de todas as pessoas que se
envolveram com o projeto.
A 3ª Feira das Nações
Por causa do trabalho
exaustivo, arrefeci-me do intento de projetar a 3ª Feira das Nações, para o ano
de 2002. Todavia, por amor à Geografia e ao “velho Cenecista”, no período de
férias de fim de ano (janeiro de 2002), sem necessidade de muito tempo e
esforço, repeti o esmo trabalho dos dois anos passados. Escolhi como tema
PKANETA ÁGUA e a música de igual nome, do cantor brasileiro Guilherme Arantes,
para trilha sonora. Pensando em aguçar a atenção das pessoas para o problema da escassez de água na atualidade.
Seguramente, um tema fácil e importante. Selecionei nove países. Além do Brasil
(aquático), a Polinésia Francesa, os Estados Unidos, a Suíça, a Romênia,
Israel, Grécia, Argélia e Argentina, um a mais em relação às duas edições
realizadas, e todos de forte ligação com o elemento água, quer a tendo em
abundância, quer tendo de enfrentar a sua escassez.
Embora tenha feito com
relativa facilidade o Projeto, fiquei um tanto distanciado da idéia de tocá-lo em frente. Deixei o
tempo passar até que, em meados de abril (2002) vários alunos conversaram
comigo e solicitaram a festa maior do cenecismo mairiense. Os entendimentos se
sucederam e resultaram pela realização da Feira, uma vez mais. Todo o ritual de
organização foi cumprido. Busquei novamente a colaboração de embaixadas e
consulados. Fomos atendidos pela Embaixada da Suíça, em Brasília e pelo
Consulado Geral de Israel, no Rio de Janeiro. Ganhamos também contribuições na
forma de materiais, da Rádio França Internacional, da Rádio A Voz da Grécia e
da Radiodifusión Argentina al Exterior. Tivemos também o privilégio de contar
com a contribuição de mairienses que residem no estrangeiro, a saber: Sra.
Dagmar Borges, sobrinha de D. Castorina. A primeira há mais de 30 anos mora nos
Estados Unidos; Iara Lima Santos,
ex-aluna do Cenecista e minha e hoje vivendo em Nova Iorque, nos
Estados Unidos; Enilda Sena Silva, também ex-aluna do Cenecista e minha,
atualmente residindo em
Buenos Aires, capital da Argentina. Semanas antes do evento
Enilda esteve em Mairi.
Trouxe sua contribuição e participou de uma aula de espanhol,
comigo, na 1ª série do Ensino Médio. Já falando espanhol, a ex-aluna foi
entrevista pelos discentes. Foi numa aula interessante e dinâmica, que agradou
a todos.
A programação da 3ª Feira
das Nações começou com a série de 10 programas que produzi e apresentei,
consoante a parceria entre o Cenecista e a Rádio Morro Verde, numa
incondicional contribuição do seu eficiente e dinâmico diretor João Almeida,
sócio deste centro educacional e que dando prova de amizade pela escola dos
seus filhos, gravou e montou pacientemente os programas e os veiculou, da mesma
forma que fez com o convite do Cenecista ao público, para o evento, sem
qualquer ônus para o educandário. E a contribuição do Sr. João foi mais além:
difundiu também a série Planeta Água
pela Rádio Viva Voz FM, da vizinha cidade de Várzea da Roça – onde eu resido -,
nos dez sábados que antecederam a Feira e com repetição aos domingos. Sem dúvidas,
esta programação radiofônica em duas emissoras agigantou a Feira das Nações e
levou seu conteúdo mais longe.
E desta feita, uma nova
data: início de outubro (dias 8, 9 e 10). Provavelmente atingimos o clímax da
grandiosidade do nosso evento. Jamais se viu tanto esmero e criatividade dos
alunos cenecistas. O miss das Nações foi um verdadeiro e sensacional show e
muitíssimo disputado. A senhorita Laurine Rios, aluna da 2ª série do Ensino
Médio, representando a Grécia, foi a escolhida por um exemplar corpo de
jurados, que contou com ex-professoras da Casa, como Maria Perpétua Dórea da
Costa, Marinalva dos Santos Souza e Norma Lúcia Oliveira de Almeida.
Dentre as apresentações
culturais, mereceram destaque, a encenação da Criação do Mundo,pelos alunos que
apresentaram Israel, e que, a pedido do público, foi reapresentada na última
noite; o musical Evita, a origem do teatro, etc.
Nossas exposições estiveram muito atraentes. Toda a família
cenecista estava empolgada. Ouvi bonitos depoimentos de pais de alunos, por
exemplo, o de D. Lindaaura Rios, esta, uma fiel admiradora e colaboradora, mãe
de ex-alunos da Casa, mas agora avó de outros alunos.
O nosso esforço e a nossa
dedicação não foram em vão.
Como sempre, a assistência do público foi maciça, o que justificou
o fato de nossa festa já ser tradicional, inclusive ultrapassando as fronteiras
intermunicipais, interestaduais e, sem exagero, internacionais.
Desta feita tivemos a
visita costumeira de estudantes e professores de Várzea da Roça, e por primeira
vez dos co-irmãos cenecistas da vizinha cidade de Baixa Grande. Igualmente da
cidade de Capela do Alto Alegre, de onde o grupo de dança STAR LIGHT veio
participar brilhantemente, ganhando de imediato a simpatia dos mairienses.
Tivemos boa colaboração
da Rádio Romênia Internacional, por intermédio do Sr. Lucian Popescu, que fez
publicar na revista da Emissora Nacional Romena, uma reportagem por mim
redigida, sobre a apresentação da Romênia no evento, traduzida para o idioma
romeno e ilustrada com três fotos do stand da Romênia.
Nosso evento principal
tem servido de espelho para outros colégios que também passaram a realizar
outros similares, sob temas diversos.
A 4ª Feira das Nações
O meu Projeto para a 4ª
Feira das Nações, em 2003 teve como tema MUNDO VERDE, aludindo às questões
ecológicas e mais especialmente ao desmatamento.
Além do Brasil,
selecionei os seguintes países: Líbia, El Salvador, Canadá, Bolívia, Suécia,
Reino Unido, Índia e Portugal.
Para hino da festividade
adotei duas músicas: Amazônia, de Roberto Carlos e Matança (Jatobá), de Xangai.
Novamente busquei
contribuições nas embaixadas, em Brasília e nos consulados dos países
componentes da 4ª Feira das Nações. Das colaborações recebidas, destaco as da
Embaixada da Índia e de Portugal.
Também foi significativa
a contribuição do meu amigo correspondente em El Salvador, Rafael
Antonio Canjura e da Rádio BBC de Londres.
Outra vez meu projeto foi
acatado pela equipe de professores cenecistas e pelos alunos, e os preparativos
principiaram.
Passei a produzir e
apresentar pelas Rádios Morro Verde AM de Mairi e pela Viva Voz FM, de Várzea
da Roça a série MUNDO VERDE de programas sobre o tema e os países em causa. Esta série
esteve no ar por três meses, sempre aos sábados, pela RMV, e aos domingos,
segundas-feiras e terças-feiras, pela Viva Voz, sempre com um programa inédito
para cada data (repetições, no caso da Viva Voz).
Às vésperas de iniciar as
emissões da série MUNDO VERDE de programas em cada rádio, concedi uma
entrevista dentro dos programas do comunicador Osias Bastos, em ambas as
rádios, falando do significado da Feira das Nações – origem, objetivos,
contribuições, etc. – e da importância da parceria da escola com as emissoras.
No trabalho de preparação
dos programa contamos com o apoio técnico do comunicador Osias Bastos que
também emprestou sua voz ao gravar preciosas vinhetas para a abertura do evento
e de alguns dos seus segmentos, que muito enriqueceram a solenidade de abertura
da 4ª Feira das Nações.
Veio outubro e com ele a
realização da tão esperada festa.
Todas as exposições
estavam bonitas e bem preparadas, com destaque para El Salvador, Índia e
Portugal.
Do concurso Miss das
Nações resultou eleita a representante de El Salvador, Paula Almeida, aluna da
6ª série.
O esmero das outras vezes
ressurgiu mais intenso, tanto nas exposições, quanto no uso de trajes típicos,
como foi o caso da guarda da rainha Elizabeth, escoceses, portugueses, etc., e
nas apresentações culturais, que compreenderam a peça Romeu e Julieta, que
contou com mais uma participação do ator varzeano Weverson Zuriel na Feira das
Nações, danças hindus, dança do Vira português, teatralização das aparições de
Nossa Senhora de Fátima e da fundação de El Salvador, e muito mais.
Num dos dias da
programação, tivemos em paralelo a tudo que preparamos, houve uma
exposição científica trazida pela Escola
Agrotécnica Federal de Catu, onde estudam ex-alunos do Cenecista de Mairi. Essa
mostra foi muito concorrida e atraiu grande público.
Outra vez contamos com a
participação do grupo STAR LIGHT que fez um entusiástico show de dança
Semanas depois, o Serviço
Brasileiro da BBC de Londres, transmitiu um trecho de um dos programas de rádio
que fiz sobre o Reino Unido.
A RDP Internacional –
Rádio Portugal, também colaborou grandemente com o evento: a senhora Isabel
Saraiva, do Núcleo de Intercâmbio e Contacto dessa emissora, enviou-nos vários
e interessantes programas de língua portuguesa, músicas, literatura, etc., que,
como os demais materiais provenientes de outros órgãos, foram importantes.
A SALVANATURA – Fundación
Ecológica de El Salvador, também nos enviou rico material sobre ecologia e
fitas cassete com músicas salvadorenhas.
Em 2004 a 5ª Feira das Nações
Ao concluir-se a 4ª Feira
das Nações, imediatamente iniciei a elaboração daquele que seria o Projeto 5ª
Feira das Nações. Desta feita optei pelo tema NO MUNDO DASS CIDADES e, combinei
com ele a escolha da música temática, O Canto da Cidade, na voz da cantora
baiana Daniela Mercury. E para países componentes, além do Brasil presente em
todas as edições, os países: Tunísia, Panamá, Guatemala, Bulgária, Noruega,
Paraguay, Coréia do Sul e Rússia.
Sem outro projeto
concorrente, o que apresentei foi aprovado e levado avante.
Nas embaixadas
brasilienses desses países busquei apoio que veio na forma de materiais
impressos e discos.
Boas contribuições vieram
de PANAMATUR, da Secretaria General de Turismo del Paraguay, de uma senhora
russa que trabalha na Radio Deutsche Welle, por intermédio da Sra. Annelie
Johannemann. Todavia a contribuição que mais me emocionou foi aquela oferecida
pela Rádio Bulgária, compreendendo CDs com belas reportagens em português sobre
a Bulgária, músicas folclóricas e pop, etc.
A senhora Maya Daskalova,
responsável pela remessa, telefonou-me três vezes, sendo que na última mantivemos
uma conversa agradável e emocionante.
Pelo fato de termos tido
eleições municipais em 2004, e pelo meu ingresso na Universidade, o que tornou
meu tempo mais exíguo, além do roubo do computador em cuja memória estavam os
programas de rádio, a feira perdeu sua parte radiofônica. Senti falta dos
programas.
E veio outubro. A
programação prevista para os dias 12, 12 e 14, cumpriu-se.
Os trabalhos esmerados
dos alunos compuseram belas exposições. A maquete da Catedral de São Basílio,
no stand da Rússia, foi cenário para fotos de muitos visitantes. Não faltaram
“tunisianos”, “panamenhos”, “búlgaros”, “russas”, com trajes típicos e
“sul-coreanos” vestindo os tradicionais hanboks.
No palco tivemos
apresentações culturais variadas, dentre as quais, a encenação da Revolução
Russa de 1917 e da lenda de Orfeu, desfile de trajes típicos do Panamá, dança
do ventre, celebração do dia de finados na Guatemala, a guerra do Paraguay,
etc.
Na 5ª edição do concurso
Miss das Nações foi eleita a aluna da 5ª série, Beatriz Rios, representando a
Tunísia.
O Grupo STAR LIGHT, da
cidade de Capela do Alto Alegre, cá retornou, sensacional como nas outras
vezes.
Na manhã do último dia da
5ª Feira das Nações, realizamos a solenidade de troca da bandeira cenecista, na
qual esteve presente o superintendente estadual da CNEC na Bahia.
E assim se fez a 5ª Feira
das nações. Mais simplificadas, porém com o mesmo brilho das passadas.
Meu Saldo por conta da
Feira das Nações
Em que pese o trabalho de
projetar, coordenar e apresentar cada Feira das Nações ter sido exaustivo e até
fatigante em certas ocasiões, o “saldo” para mim foi altamente positivo e
satisfatório. Desenvolvi-me muito em vários aspectos.
Nesse labor estive
constantemente em contato com as letras, num intenso preparar de correspondências,
apostilas, leituras, criação de anúncios de rádio, cartazes e convites,
discursos para a diretora do estabelecimento, redação de boa parte dos
programas de rádio – a outra parte fica por conta das pesquisas – diálogos para
as misses, em espanhol ou inglês (alguns em português) e os scripts das
apresentações de palco.
Nas 2ª, 3ª e 4ª edições
do evento tive a inédita oportunidade de, como parte da programação, produzir e
com o colega Reinaldo Rocha, além de alunos, fazer locução em rádio.
Também criei um texto
para cada programa, o qual, nas horas antes da transmissão, era divulgado por
várias vezes pela comunicadora Vera Mendes.
Como se nota, a minha
relação com a comunicação escrita e falada foi larga nas feiras das nações. E
em todo esse processo, não só alunos levei instrução a milhares de pessoas, não
só alunos, mas também pessoas de todo o município de Mairi e outros vizinhos,
na tentativa de conscientizá-las, pelo menos quanto à questões da água e da
vegetação. Um trabalho de relevância social, talvez.
Capítulo VIII
Cursos e Seminários
Participar
de cursos de reciclagem ou de seminários foi algo que sempre esteve no meu
interesse. Sempre soube que através deles eu poderia melhorar a minha prática
docente e adquirir novidades para os discentes.
Embora
tenha 21 anos no exercício do Magistério, e apesar da vontade de participar de
eventos desse tipo, até hoje as minhas oportunidades foram escassas. Alguns
encontros de que participei registro neste memorial, com seus respectivos
certificados. Outros eventos, bem raros, já não me vêm à memória.
A
minha primeira ida ao IAT (Instituto Anísio Teixeira), foi em setembro de 2002,
indicado que fui pela Escola Estadual Durval Santos silva, para representá-la
no Seminário de Educação, Ética e Cidadania. Gostei bastante do Instituto e do
Seminário, que foi muito dinâmico. Do seu conteúdo eu fui multiplicador em
ambas as escolas onde trabalho.
De
4 a 8
deste mesmo ano regressei ao IAT para participar da VI Jornada Pedagógica –
Educação: Desafios e possibilidades. O evento foi maravilhoso, organizado com
esmero e bastante dinâmico. No ensejo, festejaram-se os 10 anos do IAT. Valeu a
pena participar.
Nessa
ocasião, fiz amizade com a colega Martinha, de Ibotirama. Com ela mantenho
ótima amizade e ativa correspondência.
O
último evento ligado à educação que participei até hoje foi o Seminário
Nacional de Educação Comunitária, em Brasília, que aconteceu na segunda
quinzena de outubro de 2003. O ponto alto foi uma sessão solene na Câmara dos
Deputados Federais, comemorativa aos 60 anos da CNEC – Campanha nacional de
Escolas da Comunidade, no âmbito nacional.
Capítulo
IX
Nem tudo são flores ou...
O oceano de fráguas do profissional
Nunca
gostei de ambientes de grandes aglomerações. Aprecio a quietude, a calma e a
tranqüilidade. Nunca gostei de estar em meio a muitas pessoas, nem de lidar com
público. Malgrado, por paradoxalmente que pareça, como que a cumprir uma sina,
estou “mergulhado” e já perdendo o fôlego, num ambiente que reúne aquele que
reputo ser o pior público: a escola.
Inconcebível,
não? Um “educador” falar assim. Acontece que já são 21 anos naufragado nesse oceano de águas revoltas, de
maremotos, de furiosas correntes marinhas... É assim que me encontro: em uma
turbulenta tempestade em alto mar.
Ao
longo desse tempo de mar revolto, não
tenho conseguido a calmaria que desviou as caravelas de Cabral, nem tenho
encontrado uma ilha de tranqüilidade, como a de Robinson Crusoé.
Antagonicamente tenho visto a degradação da educação e o rumo obscuro e incerto
para o qual ela está direcionada.
Talvez
esta minha visão tão pessimista e dantesca, seja fruto da falta de vocação
(apesar de ser aprovado como professor e de cumprir com responsabilidade e
honradez a minha missão), do acaso que me pôs no Magistério, e de algum reflexo
negativo dos problemas de 1983, que ficou no meu subconsciente.
Não
nego que há muitos alunos bons que cumprem condignamente o seu papel. Porém,
uns poucos de má índole, desequilibram e o ambiente escolar se torna , hoje em,
dia insuportável.
É
nesse meio que, por questão de meio de sobrevivência e pela falta de opção
compatível com a minha realidade, no mercado de trabalho, sinto-me no
pelourinho ou na masmorra, tendo que “ganhar” a vida num ambiente que
representa para mim uma tortura psicológica, que às vezes me causa pânico e
angústia.
Tenho
que trabalhar com ladrões das piores estirpes, malfeitores, problemáticos,
alguns dos quais podem ser considerados, sem exagero, terroristas, vândalos,
gente da pesada. E não há esperança. Hoje em dia, quanto menor o aluno piores
são suas ações.
A
família está desintegrada. Os bons valores estão sendo banidos da sociedade, a
libertinagem galopa. A desarmonia entre todos os ingredientes da educação a tornam uma pseudo-educação. A escola está
impotente.
Ironicamente,
sou bem visto como profissional, sou querido, respeitado, responsável, faço bem
o meu trabalho, com extrema dedicação, e como se não bastasse, também sou da
esfera administrativa na área da educação.
Mas
todos esses fatores positivos não superam
minha angústia e o meu antagonismo para com a educação.
Nesse
oceano furioso e sem fim, a escola, vou encenando meu papel paradoxal sob o
enredo das agruras e das incertezas, sem saber quando encerrar o meu drama.
26-10-2004
09:00
da manhã, aula na 5ª série, turma C. Exercícios. Gleice me chama para eu
verificar se ela está indo bem na tarefa. Observei suas respostas. Tudo certo.
De chofre, ela me pergunta: “Professor, por que todo mundo gosta do senhor?”
Capítulo X
Impossível no passado, possível no presente
No
transcorrer do ano 2003 muito se falava dos cursos de capacitação promovidos
pela SEC, para professores do seu quadro, com escolarização secundária.
A
minha expectativa era grande e já vinha de longa data. Estava com vontade de
estudar um curso superior. Quase no fim do ano, abriram-se as inscrições para o
curso de Letras. Fí-la prontamente.
Estava
com uma excursão programada para o mês de janeiro de 2004, pelo Nordeste e
Norte do país. Desisti dela para concentrar minhas atenções no processo
seletivo que viria em seguida.
A
data do exame foi adiada de 8 para 15 de fevereiro. Nesta última, um dia de
domingo, eu e mais seis colegas de Mairi, às 10 horas da manhã, seguimos para
Piritiba, cidade sede da DIREC-17. Lá chegamos ao meio-dia. Não foi fácil
encontrarmos um restaurante para o almoço. Conseguido, degustamos deliciosa
comida, por sinal, de preço cômodo.
Às
treze horas chegamos à Escola Aydil Santos Lima. Apenas 25 concorrentes da área
de jurisdição da referida DIREC.
Naquele
dia a tranqüilidade e a serenidade
aceitaram ser minhas companheiras. Raramente fui portador de tanta
leveza de espírito e calma.
Ao
receber o caderno de provas constatei que o tema da redação estava fácil.
Fiquei à vontade e disccorri sobre ele, na fiel observância dos critérios para
uma boa redação. Ao concluí-la, passei para as demais questões. Deliciei-me com
aquelas que estavam facílimas. Encontrei resistência em algumas de Matemática
(novamente Matemática), contudo administrei o tempo estipulado, dedicando-me a
elas. Meia hora antes de expirar o horário, entreguei ao monitor o material com
as respostas.
Deixei
a Escola Aydil satisfeito e confiante de ser aprovado e ganhar uma vaga.
No
dia 9 de março, minha irmã Valdira, telefonou-me desde São Paulo. Elisa, sua filha,
encontrara o resultado na internet. Na lista dos aprovados constava meu nome.
Alguns dias depois recebi correspondência da UNIFACS, informando-me da minha
classificação na 7ª colocação no grupo
dos 500 aprovados. Fiquei surpreso pela posição. Jamais me preocupei em ficar nas primeiras posições. Para mim,
conquistar a vaga era o mais importante.
Passaram-se
outros dias e regressamos a Piritiba, eu e minhas colegas de Mairi, que também
lograram aprovação, para procedermos a matrícula.
E,
na primeira semana de maio tivemos no IAT o primeiro encontro presencial.
Naquela oportunidade fomos conhecer uma das unidades da Universidade Salvador.
Tudo era novidade. Para mim o curso superior que eu sempre achei impossível
começava, 21 anos após eu concluir o curso secundário.
Comecei
os estudos. Transcorrido um mês fui fortemente abalado pelo desânimo. Minhas
atividades pareciam não ter nexo. Sentia estar fazendo asneiras, coisas
inúteis. Mas, eis que, ao receber as primeiras atividades corrigidas, os
comentários de alguns tutores, disseram-me o contrário. Eis alguns deles:
“...
vez que o nível dos trabalhos apresentados por você atende plenamente aos
objetivos propostos. Continue mantendo esse padrão.”
Parabéns!
Cristina Sena
“Oi,
José, é mesmo uma felicidade a minha tê-lo como aluno, afinal de contas estou
me relacionando com alguém que tem 20 anos de profissão e por isso repito que é
um imenso prazer...”
Arthur pinto
“Bom
texto! Rico em conteúdo e articulação das palavras”
Liege Araújo,
referindo-se à minha 1ª atividade de PPP 1
“Oi,
José! Inicialmente gostaria de manifestar minha satisfação em ler o seu texto.
Sua redação é muito boa e faz com que o leitor não se canse, pois o texto flui
suavemente. Pude perceber que você possui além da facilidade de redação, uma
visão crítica e consciente sobre as mudanças culturais de sua região.
Pude
perceber o quanto você desenvolveu seus argumentos e capacidade de articulação
com as outras disciplinas.”
Karen Sasaki,
referindo-se à minha atividade 4 de PPP 1.
Estas
análises me fizeram-me reencontrar o ânimo perdido e renascer o meu gosto pelo
Curso. Antes, sentia-me como aquele indivíduo que opta por um curso e ao
iniciá-lo descobre está na área errada.
Com
o entusiasmo recuperado, continuei aplicado como antes. Ao final do fluxo 1,
novos comentários vieram se somar aos anteriores, deixando minha auto-estima no
ápice do Aconcágua. Veja mais alguns
“Parabéns! Você é um aluno nota 10”
Cristina Sena
“José,
você evidenciou através do cumprimento das atividades, além do empenho e
responsabilidade, uma capacidade de apreensão dos conteúdos apresentados, de
interação com as temáticas e de conseqüente transformação das novas informações
em conhecimentos assimilados. Parabéns!”
Cristina Sena
Aludindo
à última atividade de PPP 1, feita em grupo, da qual eu fui o “engenheiro”: parabenizar
a todos pelo excelente trabalho desenvolvido... Vocês entregaram um belíssimo
álbum mergulhado de emoções, lembranças e tradições.
A
redação de José, durante todo o nosso curso, foi sempre de elevado requinte
lexical. Enfim, vocês conseguiram articular a história de vida de cada um à
realidade acadêmica, comprovando que o conhecimento acadêmico e o popular não
só podem, mas necessitam caminhar juntos.
Parabéns!”
Karen Sasaki
No
segundo encontro presencial, no auditório
do IAT, por acaso, encontrei-me com a professora Karen Sasaki, tutora da
disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica ! – PPP, para mim. Eu não a conhecia
já que o curso é semi-presencial. Por um curto tempo conversamos. Mas foi tempo
bastante para saber que excelente pessoa ela é. Uma declaração dela: “Eu sempre ficava na expectativa da
chegada de suas atividades...”
Feita a prova e realizadas as atividades presenciais,
retornei da capital confiante de passar em todas as disciplinas do fluxo 1 sem
ter de fazer qualquer recuperação.] Mas, pra não dizer que só falei de flores,
eis que o resultado do mencionado fluxo acusou-me em estado de recuperação de
Cultura Brasileira, a disciplina com a qual mais me identifiquei e tive maior
afinidade. Equívoco no Núcleo. Feitos os contatos, a questão foi resolvida
prontamente e a minha previsão de passar em todas, concretizou-se.
Até o presente não verifiquei reflexos do meu estudo
superior no exercício da minha profissão, justamente pelo pouco tempo de
vivência que tive no referido curso. Foram só 5 meses de atividades acadêmicas.
Veio o encerramento do ano letivo de 2004 e o de 2005 só terá início no dia 28
de fevereiro. Suponho que com a seqüência dos fluxos, conseguirei a maturidade
e o aprimoramento dos meus conhecimentos, além da consecução de outros e,
conseqüentemente, os reflexos das minhas atividades acadêmicas serão percebidos
facilmente na minha prática pedagógica.
No que concerne à utilização das novas tecnologias em
sala de aula, lamentavelmente isso ainda não é uma realidade. Trabalho numa
escola que se quer tem um dicionário de língua inglesa, disciplina que leciono.
Já participei de um curso de Telepedagogia em Sala de aula, faz 04 anos , na
sede da DIREC – 17, em Piritiba, e agora, como professor/aluno, tive a primeira
etapa do curso de informática básica, ministrado no NTE-14, na cidade de
Jacobina. Mas a escola não dispõe dos equipamentos necessários nem do ambiente
físico para usá-los.
A minha boa vontade de fazer melhorar, evoluir e
crescer a minha prática pedagógica não é o bastante. Trabalhar com língua
estrangeira não é tão fácil e a primeira barreira é o descrédito que a maioria
dos alunos dá à disciplina. Os alunos que não têm interesse por idiomas,
costumam dizer: “– Não vou para os Estados Unidos.”,” – Para que quero aprender
inglês?” Por mais que se tente conscientiza-los, eles se mantêm arredios.
Como o maior percentual dos alunos representa os que
são extremamente carentes (a população de Mairi está abaixo da linha de pobreza,
segundo dados do Banco do Nordeste), uma elementar apostila de menos de R$
3,00, a cada unidade, fica inviável para eles. Comprar livros didáticos e
paradidáticos é algo impensável. O PNLD (Programa Nacional do Livro Didático)
não oferta livros de Inglês.
Diante da falta de recursos didáticos para fazer o
ensino, vou realizando o que me é possível, almejando que um dia tudo seja
feito como deveria realmente ser.
A oportunidade de está cursando o 3º Grau é para mim
como ter ganhado um polpudo prêmio de loteria.
Estou imensamente satisfeito por ser aluno da UNIFACS e
pelo apoio que a SEC-BA tem dispensado para mim, para o meu aprimoramento e
conseqüente melhora da educação na Bahia.
Oxalá, doravante eu possa obter o mesmo êxito do fluxo
1 ou até superá-lo. Meu aproveitamento foi satisfatório em se tratando de fluxo
1, fase de adaptação ao curso, e pelas dificuldades que também surgem no
processo.
Capítulo
XI
Minhas dificuldades
enquanto estudante de Letras
O Curso
de Licenciatura em
Letras Português/Inglês a Distância veio a ser uma
oportunidade ímpar para mim. Agradou-me o seu formato. Todavia algumas
dificuldades surgiram desde o seu início. Primeiro, a falta de aulas
explanativas tem dificultado o perfeito entendimento dos conteúdos.
Apesar
de gostar de idiomas e de escrever, não me sinto à vontade diante de
interpretações de textos profundamente literários ou de linguagem de altíssima
erudição.
Sou
portador de deficiência visual, em que pese faça o meu trabalho e meu estudo
normalmente. Mas longas leituras me prejudicam sobremaneira.
Sou
aluno off line e estou satisfeito por sê-lo. Pretendo continuar assim, off
line, se me permitirem. Diante da minha deficiência, o uso do computador deve
ser sempre restrito a atividades que não careçam de muito tempo na frente do
monitor. Daí a razão de querer continuar off line, embora reconheço ser o sistema on line dinâmico e
mais proveitoso.
A falta
de livros adotados para leitura é outra dificuldade sentida. Da maneira como
são reproduzidos os textos complementares das disciplinas, o IAT deveria fazer
com os livros indicados e fornecer-nos.
Trabalhar
60 horas semanais torna o tempo por demais exíguo para cumprir tudo.
Além de
tudo, a minha semana eu a divido com duas cidades: Várzea da Roça, onde tenho
minha residência e fico sábados, domingos e feriados, e Mairi, onde trabalho,
de segunda a sexta-feira.
Em
Mairi, divido-me para as duas escolas onde trabalho. Independentemente do Curso
de Letras, estas divisões são-me nocivas porque me sinto nômade, cansado, com
bolsa para lá e para cá, etc.
Mesmo
assim, e apesar de podas as vicissitudes, obtive um ótimo resultado no fluxo 1.
Mesmo cumprindo o estudo aos trancos e barrancos “passei” em todas as
disciplinas.
Alguns
alunos têm a curiosidade de saber como estou indo nos estudos. Outros dizem que
eu não preciso estudar por que já sei tudo. Exagero deles.
Pelo
exposto, o meu desempenho condiz com a minha dedicação e, por ter sido o fluxo 1 a fase de adaptação, e
levando-se em conta as dificuldades enfrentadas, fui premiado com um ótimo
aproveitamento.
As
atividades realizadas aprimoraram conhecimentos preexistentes e as avaliações
ao trazerem-me bons comentários dos professores, injetaram-me mais ânimo e
vontade de avançar.
Espero que daqui por diante eu consiga o desempenho
acadêmico que atenda aos objetivos do Curso e que seus reflexos venham a ser a
cobertura e o recheio da minha prática docente.
Capítulo
XII
Uma Interrogação
O que a pesquisa da história de vida pôde significar para
o fortalecimento da sua identidade profissional?
Rememorar fatos, situações e experiências já vivenciadas,
e aglutiná-las num só ambiente de armazenagem, e rotulá-las como o Memorial de
um elementar professor, tem sentido salutar na minha vida profissional hoje.
Recriando ou reinventando a minha própria história,
enquanto servo da educação, posso tirar proveito daquilo que foi profícuo
outrora, como também posso corrigir desdizes e lapsos involuntário e lapidar as
minhas ações no trato com o educando.
A pesquisa da minha própria identidade como professor,
proporciona-me a chance de repensar e rever a minha prática profissional,
buscando a sua remodelagem, o seu aprimoramento e adequação ao atual momento
histórico da educação baiana e brasileira, por extensão.
A educação é dinâmica. Oscila sempre. Nessa “onda”
precisamos surfar com segurança. Para tanto, o aperfeiçoamento e a busca de
novas práticas que atendam às necessidades dos educandos, fazem-se mister.
Direcionando o meu olhar para o meu passado, vejo que não
fui nenhum fenômeno, não realizei nada de extraordinário, sempre fui do
tradicional porque foi de lá que vim. Todavia, jamais virei as costas para as
inovações e mudanças benéficas à educação.;
A pesquisa da minha história de vida pôde significar a
abertura de uma porta para que eu vislumbre um horizonte de melhores
oportunidades e crescimento profissional tanto para mim quanto para a nossa
educação tão frágil e carente de melhores profissionais.
Capítulo
XIII
Minhas Formações
Até o capítulo anterior o que escrevi
ainda foi no início da Graduação. Agora,
incluo neste novo capítulo, minhas formações concluídas, as que estão em curso
e outras atividades que realizei na área da Educação.
Formação Profissional:
- Especializado em Mídias na Educação, pela Universidade Estadual do sudoeste da Bahia/UESB, curso concluído em janeiro de 2013. – C. H. de 360 h
- Pós-graduado (especializado) em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, pela Faculdade de Ciência e Tecnologia/FTC. Curso concluído em 2010. Carga Horária: 450 horas.
- Curso de Capacitação Profissional em Práticas Pedagógicas, pela Universidade de Brasília/UnB, de novembro de 2012 a abril de 2013. C. H. 120 h
- Licenciado em Letras Português/Inglês pela Universidade Salvador/UNIFACS. Ano de conclusão: 2008. Carga Horária: 3.272 horas.
- Curso Gestar II (Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar) – Língua Portuguesa, ofertado pelo MEC e ministrado pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, através do Instituto Anísio Teixeira/IAT, concluído em 07 de agosto de 2010, com Carga Horária de 363 horas.
- Curso de Formação de Gestores Escolares , realizado de setembro a novembro de 2008, pela Universidade do Estado da Bahia/UNEB – C. H. 120 h
- Magistério de 1º Grau, cursado no Centro Educacional Cenecista Luiz Rogério de Souza, e concluído em 1982, com 2.730 horas.
Outros Cursos e Eventos na Área Educacional:
- Cursando Aperfeiçoamento em Tecnologias Educacionais, pela Universidade do Estado da Bahia/UNEB.
- Cursando “Leitura Vai, Escrita Vem” pelo programa Olimpíada de Língua Portuguesa
- Cursando Formação de Professores – Pacto Pelo ensino Médio. Curso ofertado pelo MEC
- Conferência Municipal de Mairi, em 29 de maio de 2013, na qual fui eleito em primeiro lugar para o posto de delegado do Município nas seguintes conferências Territorial e Estadual.
- 1ª Conferência de Educação do Território da Bacia do Jacuípe, realizada na Cidade de Riachão do Jacuípe-BA, em 11 de junho de 2013, da qual participei como delegado do Município de Mairi.
- Conferência Estadual de Educação, realizada de 09 a 11 de outubro de 2013, em Costa do Sauípe, na qual estive como delegado do Município de Mairi.
- Curso Irê-Ayó: Educação das Relações Étnico-raciais. Ministrado pela SEC/BA /IAT, de 120 horas, concluído em dezembro de 2008.
- Seminário Educação Ética e Cidadania, realizado no Instituto Anísio Teixeira/IAT, em agosto de 2002, com 40 horas.
- IV Jornada Pedagógica – Educação Desafios e Possibilidades. Promovida pelo Instituto Anísio Teixeira e lá realizada, em novembro de 2002, comemorativa aos 10 anos dessa entidade. Carga horária: 40 horas.
- Oficina Telepedagogia em Sala de Aula. Ministrado pelo Instituto Anísio Teixeira/IAT, em novembro de 2000, com 40 horas.
- 1ª Conferência Regional de Educação, promovida pela SEC-BA e Direc 17, 22 e 23 de novembro de 2007.
- 1ª Conferência Estadual de Educação, promovida ela SEC-BA, de 13 a 15 de dezembro de 2007, da qual participei como delegado da Direc 17.
- Congressista no Seminário Nacional de Educação Comunitária e VII Encontro Nacional de Diretores, promovido pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade/CNEC, em Brasília, de 15 a 17 de outubro de 2003.
Atividades
Profissionais Atuais:
Desde 2005 – professor de Língua Inglesa, Língua Portuguesa e
Redação (Ensino Médio) do Colégio Estadual Abelardo Moreira/CEAM. Em
Mairi – Bahia.
Atividades
Profissionais que já desenvolvi:
De
fevereiro de 2011 a
novembro de 2012, secretário do
Grupo Escolar Getúlio Vargas – Mairi – Bahia.
De janeiro
de 2009 a
janeiro de 2011 – secretário
acadêmico do Centro Educacional Cenecista Luiz Rogério de Souza, Mairi – Bahia,
tendo exercido a função de auxiliar de secretaria de 1983 a 1999.
2009 – de janeiro a junho – vice-diretor do Colégio
Estadual Abelardo Moreira/CEAM, Mairi – Bahia - eleito no pleito de 17.12.2008.
De 2000 a 2008 – Gerente Administrativo e Financeiro do Centro
Educacional Cenecista Luiz Rogério de Souza, Mairi – Bahia.
De 1998 a 2008 – professor de Língua Espanhola nas classes do
Ensino Médio do Centro Educacional Cenecista Luiz Rogério de Souza, em Mairi –
Bahia.
De 1998 a 2004 – Professor de Língua Inglesa do Ensino Fundamental
(5ª a 8ª série), da Escola Estadual Durval Santos Silva, de Mairi.
De 1983 a 1997 - Professor do Centro Educacional Cenecista Luiz
Rogério de Souza – Mairi – Bahia - período em que lecionei: Organização Social
e Política do Brasil/O.S.P.B, Educação Moral e Cívica/E.M.C., História,
Geografia, Educação Artística, Prática de Escritório, Serviços Bancários,
Metodologia das Ciências, Iniciação às Ciências, Metodologia dos Estudos
Sociais, Língua Inglesa, em séries do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Curso
de Magistério.
Várzea da Roça – Bahia, novembro de 2014.
José Gomes da Silva
Professor
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