ASSALTO À CIDADANIA
Prof. José Gomes
Escolher gestores públicos é uma prática perene no
“país verde-amarelo”, haja vista que a cada dois anos, novo pleito se realiza,
no âmbito municipal ou nas esferas estadual e federal, concomitantemente, como
tem sido neste último mês.
É um tempo de muito frenesi. A população do país é,
em particular a votante, mobilizada para ver ou ouvir propagandas dos
candidatos, participar de comícios ou manifestações, assistir a “debates”,
analisar e a tomar a decisão de atribuir seus votos a alguns , quase sempre os
mesmos e velhos protagonistas do certame, muitos deles para fazer valer do
cargo público seu eterno emprego para o qual sequer, em tantos casos,
especializou-se.
Para galgarem os postos dos Poderes Executivo e
Legislativo, muitos, senão quase todos, “vendem suas almas ao diabo”, fazem
alianças ou “anéis de compromisso” inimagináveis, desrespeitam os eleitores com
o exercício da infidelidade partidária, seguem qualquer ideologia e nesse caso,
tanto faz como fez, apelam para “celebridades” que nem sempre são pessoas
honestas e honradas que não servem de exemplo para os mais nobres cidadãos da
“pátria amada”, crendo que suas imagens exercem poder de sedução no eleitorado,
acreditando, ainda, que este pode se deixar envolver facilmente pelo apelo de
um cantor, de um futebolista, de uma atriz, etc. E o pior de tudo é que nesse
agito geral, tudo se resume em corrupção, que significa, em outras palavras
atraso e subdesenvolvimento eterno.
Nesse ínterim, em todo o período de campanhas e até à
“boca da urna”, muitos sujeitos são abordados, ou melhor, assaltados
pessoalmente ou pelos meios de comunicação a fim de serem ludibriados e
seduzidos a votarem em postulante A, B, C, D... Ora, se o voto é secreto, se se
vive numa democracia, por que não deixar que cada indivíduo, a partir da sua
análise, da sua consciência, da sua visão, decida por si mesmo sem
interferências interesseiras e corruptoras?
Nesse rol estão aqueles cidadãos mais rudes, de pouco
discernimento,. De parca ou nenhuma noção da realidade de uma eleição, que são
vítimas em potencial, “presas fáceis” dos aludidos “assaltantes” que desviam
suas consciências, induzindo-os a sufragarem os números de uns ou de outros
concorrentes, sendo, desse modo, alijados da sua liberdade de escolha e dos
seus direitos de praticar sua cidadania. É um grosseiro desrespeito que aplicam
contra os menos discernidos. Se o “livre arbítrio” também é oferecido pela
democracia, é mister que os eleitores dessa classe não sejam inibidos com
santinhos, falsas promessas, medos, condições, mas que suas decisões eleitorais
sejam livres e íntimas. Democracia e cidadania não comportam “assaltantes da
consciência alheia”
A nação precisa de mudanças. Mudar para melhor.
Contudo isso só será alcançado quando cada brasileiro puder ser um “tijolo”
nessa construção coletiva e respeitarem seus compatriotas, serem mais humanos e
menos caninos, banindo o assédio a essa gente modesta como cabos eleitorais e
colaboradores da corrupção que faz do Brasil um “país enfermo” há mais de 500
anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário