quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
sábado, 3 de janeiro de 2015
Cities, Towns, Pueblos... etc. e Tal
Cities, Towns, Pueblos, etc. e Tal
Por: José Gomes da Silva
Um dia, ao receber do Presidente americano Francis Pierce uma proposta de compra das
terras do seu povo – A tribo Suaquamesh, o cacique Seattle enviou-lhe uma memorável carta
que, dentre outros assuntos, fazia alusão às cidades, de modo geral. Eis o
pensamento do chefe indígena:
“
A vista de suas cidades é um tormento para os olhos do homem vermelho. Mas talvez isso seja assim por ser o homem vermelho
um selvagem que nada compreende. Não se pode encontrar paz nas cidades do
homem branco. Nem um lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem da
primavera ou o tinir das asas de insetos. Talvez por ser um selvagem que nada
entende, o barulho das cidades é para mim uma afronta contra os ouvidos.
E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo
noturno ou a conversa dos sapos no brejo, à noite? Um índio prefere o
suave sussurro do vento sobre o espelho da água e o próprio cheiro do vento,
purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho”
18/11/2014.
As cidades surgiram há cerca de cinco mil anos,
motivadas pela produção agrícola excedente, que era trocada entre as aldeias.
Com o constante progresso tecnológico, o aumento da produtividade no campo e,
em conseqüência desses fatores, o aumento populacional, as pequenas
aglomerações cresceram, tornando-se cidades, ao mesmo tempo em que a atividades
humanas, tanto laborais quanto sociais, também se expandiam.
Essa é a gênese das cidades cuja evolução nunca mais
parou.
Hoje há cidades pequenas, médias e grandes,
metrópoles e megalópoles, naturais ou planejadas. Cada uma diferente de outra.
Entretanto, todas mantendo uma base de características comuns.
Hoje em dia as cidades abrigam grandes contingentes
populacionais, ao passo que a zona rural é esvaziada por conta da violência
humana ou de fatores climáticos ou econômicos,
Há núcleos citadinos que fascinam pela arquitetura
que têm, pelo modernismo imprimido na sua fisionomia, por inventos que vieram
facilitar sua dinâmica, como, por exemplo, o metrô, a escada rolante, os
elevadores panorâmicos, a porta que se abre sem que se precise tocá-la, etc.
Há outros que parece terem se perdido no tempo, não
havendo neles a infraestutura, o progresso e a evolução, apenas um amontoado de
gente, em estado animalesco, sob os descuidados de governantes incompetentes.
Preferir viver na cidade ou no campo é uma opção individual ou por força dos
fatores supracitados. Cada sujeito sabe que cidade ou campo tem suas vantagens
e atrativos, como também têm suas desvantagens e estas, nas urbes, parecer ser
maiores. Sua fixação num ou noutro ambiente se dá por livre opção, pela busca de meios para
sobreviver, ou pela fuga de adversidades nos espaços de origem.
Sabe-se que no pressente momento (século XXI),
habitar as cidades não é tão benéfico às pessoas de boa índole, pelos inúmeros
problemas cotidianos. Talvez o chefe Seattle, se vivo fosse, estaria
horrorizado com a realidade das urbes, das maiores aos minúsculos povoados. A
começar pela falta de paz nas cidades do “homem branco”. E agora, mais do que
antes, esse estado de tranqüilidade tem sido escasso e substituído pela
violência em todas as suas formas e nuances.
Nas cidades do homem branco, mas também de negros, de
índios, de orientais, etc., o excesso de luz incomoda aos seus próprios olhos; a poluição sonora,
detonada em todos os decibéis “insulta os ouvidos” dos que precisam preservar
sua audição.; há lixo por toda parte; esgoto a céu aberto; filas para quase
tudo; gente incivilizada no meio dos racionais; trânsito insano, dominado principalmente por
motocicletas; não há respeito nas cidades dos homens de todos as cores.
São residências misturadas com clubes recreativos,
oficinas de autos, estabelecimentos comerciais, escolas... num desordenamento
espacial que traz conseqüências para a saúde do povo; há festas populares que nada acrescentam à cidade, servem apenas
para patrocinar o consumo de bebidas
alcoólicas, de drogas ilegais e para a prática do sexo em público.
A opinião do cacique Seattle foi formada há
aproximadamente 200 anos, quando as cidades ainda eram pequenas e provincianas
e não tinham tanto progresso e requinte tecnológico que as cidades do início do
século XX para cá. Certamente se ele fosse contemporâneo do homem do século
XXI, estaria estupefato e horrorizado pelo ronco dos aviões sobre as cidades,
pelos esgotos fétidos a correrem na
superfície do solo citadino, com ruas, praças e avenidas esburacadas, pelo zoar
interminável do trânsito, pelas luzes multicores a afrontarem os olhos dos
habitantes; pela insegurança, principalmente em locais de maior freqüência de
público, como os bancos.Agora as cidades não são exclusivas do homem branco.
Elas cresceram e se multiplicaram por todo o Planeta Terra, e são povoadas
pelas cores de todas as etnias, porém, mantendo características peculiares a todas, que justificam serem
esses aglomerados, muitas vezes tão bem elaborados, um lugar cruel e insalubre para se viver.
À sua época, o cacique Seattle já estava com razão ao
opinar sobre as cidades.
Cidades e Lendas
Zé Ramalho
Entre torres e favelas vejo a lua flutuarVejo o mar bater nas pedras
Da cidade onde chorei por você
Foi-se a noite sertaneja que sonhei no estrangeiro
Estilhaços de recordação onde eu nunca voltarei
A cidade é uma serpente se não falha o meu repente eu vou só
Toda cidade é uma lenda, lendas de ferro e cristal
Ruas de luz e de penas, cenas de fogo e jornal
Ee... oo...
Vai batendo a velha noite no subúrbio da tristeza
E a madrugada sai num trem azul no céu
Abrigando a luz da ilusão
São olhares sem janela derramados na sarjeta
Passarada, negra solidão, traficando a última visão
As cidades são espelhos, tantos olhos, tantos olhos tão sós
Toda cidade é uma lenda, lendas de ferro e cristal
Ruas de luz e de penas, cenas de fogo e jornal
Nas esquinas do deserto, as meninas são sereias
Nas migalhas da televisão eu procuro por você
São atlântidas concretas baseadas na pobreza
Babilônias da desconstrução sob a lama dos meus pés
As cidades são cometas, vão embora porque somos tão sós
Disponível
em: http://letras.mus.br/ze-ramalho/49365/
Acessado em: 03/01/2015.
sábado, 27 de dezembro de 2014
sábado, 20 de dezembro de 2014
Ferocidade Declarada
Ferocidade Declarada
Por José Gomes
Resguardadas as privilegiadas exceções, a espécie
humana, de modo geral, vive o auge do egoísmo, da luxúria, da intolerância face
à diversidade dentro da própria espécie. Os indivíduos estão tomados por
stress, fúria e violência desenfreada como nunca antes estiveram.
O ser humano é promotor de roubos, assassinatos,
depredação do patrimônio público e do privado, guerras, tráfico e uso de drogas
ilícitas, e de situações malignas as mais diversas.
Como se não bastasse toda essa gama de
irracionalidade, a MODA vem ajudando as pessoas a externarem ainda mais o seu
lado mau, feroz, felino: são tecidos com estampas de pele de onça pintada e de
tigre indiano. Essas fazendas são
transformadas em vestidos, blusas, calças, cintos, bolsas, sapatilhas, etc., e
o que chama a atenção é a variação de cores da ilustração: a original, da
pele da onça, azul, lilás, e até verde.
Já pensou, uma “pintada” verde?
São as mulheres que seguem o que essa MODA manda.
Nada de usar pele de cordeiro ou o branco da pomba. As damas adeiram fielmente
à exibição do espírito felino ao adotarem e consumirem amplamente roupas e
acessórios cujos desenhos representam a epiderme das espécimes supra referidas.
A MODA faz desabrochar o espírito felídeo das mulheres.
Além de “estarem na MODA”, elas são, por adoção, felinas. Não é raro as pessoas
femininas serem chamadas de “gatas”,
“leoas” ou “tigresas”. Todavia, que temperamento tem uma dama que
obedece a MODA e usa estampas felídeas para se sentirem elegantes?. Como
realmente é a sujeita dentro de uma roupa de pele de onça ou de tigre? É apenas
um ser ingênuo que acompanha a MODA? Ou é alguém que aproveita o estilo para
demonstrar sua ferocidade? As respostas estão com as usuárias.
O certo é que nem é preciso que haja tecido ilustrado
de peles de animais para que o ser humano faça saber seu lado desumano em
tempos de intolerância e violência
galopante.
Para ilustras o presente texto, a música Fera Ferida,
de Roberto Carlos.
Fera Ferida
Roberto Carlos
Acabei com tudoEscapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída...
Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes
No peito atingido...
Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você...
Eu sei!
Quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor
Eu sei!
O coração perdôa
Mas não esquece à tôa
E eu não me esqueci...
Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...(2x)
Eu andei demais
Não olhei prá trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo
Sem laços!...
Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar
Um amigo...
Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz
De esquecer...
Eu sei!
Que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes
Eu sei!
Que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci...
Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...(2x)
Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...(2x)
Disponível
em: http://letras.mus.br/roberto-carlos/48603/
Acessado em: 1º de dezembro de 2014.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Safety? No. High Speed? Yes.
Safety? No. High Speed? Yes.
Por Prof. José Gomes
As desavenças entre motociclistas e condutores de
autos nas cidade de médio e grande portes, é uma questão, deveras,
insolucionável, dado que a contemporaneidade é timbrada pela falta de educação
doméstica, pelo desprezo aos valores nobres, pela intransigência, pelo stress
e, principalmente, pela intolerância.
Nas pequenas cidades, povoados e distritos, esse problema já atinge largas proporções,
basicamente por dois motivos: o primeiro
e primordial é que a maioria dos condutores de motos deixa transparecer não ter
qualquer grau de racionalidade, qualquer “dose de educação de berço”, e nenhum
conhecimento de educação para o trânsito. Crêem, certamente, que basta ter uma
“carta de motorista” às mãos já lhe dá todas as habilidades, perspicácias,
conhecimentos das normas de tráfego e todos os infinitos direitos de “voarem
sem asas” sobre as roads, streets,
avenues, etc. e tal.
Nas cidades, cruzam ruas, avenidas e praças, becos e
esquinas, sem ter consciência que no núcleo urbano a velocidade deve ser
reduzida, tanto para sua segurança pessoal, quanto para a dos pedestres. Alguns
deles empinam suas “motocas” fazendo um espetáculo nefasto, sem público.
Somente a morte o presencia para no momento desejado “dar seu bote” no
desequilibrado condutor. E assim, vai seguindo “adelante”, às vezes olhando
pros lados, noutras, dando demonstração de destreza é intimidade com as duas
rodas motorizadas.
O segundo motivo é o que diz respeito à
responsabilidade do poder público municipal, que, como a justiça, parece ter os
olhos vendados e não vê que sua cidade carece de todo tipo de sinalização,
organização e ordem no trânsito. Não se vê nas micro urbes placas, faixas,
“lombadas”, ou qualquer outro elemento que corrobore para a segurança dos
transeuntes e dos próprios motoqueiros, haja vista muitos já terem sido vítimas
de acidentes fatais que não servem de espelho ou de exemplo para os que
continuam de “olhos abertos”, imprimindo
altas velocidades dentro das cidadezinhas, pondo em risco a integridade dos
pedestres.
O que fazem as secretarias de infraestrutura dessas
cidades? Será que placas de trânsito custam muito? Em dólar ou euro? Será que
construir “quebra-molas” em locais estratégicos
é caro demais? Colocar passarelas em pontos de maior fluxo de trânsito,
seria coisa do outro mundo? Os semáforos já não se fazem necessários em certos
locais? E as faixas de pedestres, não haveria lugar onde elas fossem
necessárias?
Não há educação para o trânsito; não há ação do
executivo municipal quanto a esse assunto; é ínfima a ação policial;. Assim, os
“ninjas” ficam totalmente à vontade para usarem suas “drogas motorizadas” e
saírem em disparada por onde desejem, causando, em muitos casos, pânico a quem
está a pé, sem qualquer senso de respeito ao próximo.
A cidade de Várzea da Roça é um forte exemplo desse
problema. Aqui prevalece “high speed, safety, no.”. Saindo da Avenida Josias Souza Rios para o centro, não há nenhuma
orientação para quem guia motos e autos, e até caminhões. Nas travessas
estreitas que ligam a Praça Topógrafo Pedro Magalhães até chegar à Praça
Alfredo Navarro – Mercado Municipal, salve-se quem puder, porque os “caras
encapacetados” aceleram desesperadamente, como que o barulho do motor da sua
giringonça parece subir ao seu cérebro e se transforma numa droga violenta que
o deixa enfurecido e completamente alucinado.
Fato agravante, na querida Várzea de todos os
“rocenses”, é que as rampas de acessibilidade, naturalmente feitas para
beneficiarem os fisicamente menos favorecidos, tornaram-se fáceis vias de
acesso para os “senhores da velocidade” cruzarem de um lado a outro, o calçadão
do já feioso mercado municipal,
descaradamente, sem que alguma autoridade coíba esse abuso. Para que a guarda
municipal? A polícia?
O mesmo ocorre no canteiro central da Av. Josias
Souza rios, onde fizeram rampas de acessibilidade para os portadores de
necessidades especiais, contudo caíram no mesmo destino que as do mercado.
O controle do tráfego se dá somente em dia de feita
livre e num ou dois pontos de acesso ao “mercadão”, onde as correntes fazem as
vezes das placas. Nada essas correntes significam face aos “vorazes e facínoras
tubarões” sobre duas rodas.
Creio não ser mais necessário construir autódromos
para as provas de todas as fórmulas: 1, 2, 3, Indi, etc.. Cada cidade já pode
ser candidata a realizar uma competição e, como Mônaco ou Singapura,
orgulhar-se de ter um “circuito de rua” onde, alta velocidade, sim, segurança,
não.
Então, senhores prefeitos, não vamos ficar no
pretérito perfeito, no pretérito imperfeito ou no pretérito mais-que-perfeito.
Já não estaria tarde sinalizar nossas pequenas cidades? Organizar seu trânsito?
Educar seus condutores de veículos motorizados? De proteger os que precisam
caminhar para se deslocarem? Pensem nisso e realizem. Adotem: Safety, Yes! High
speed, no.
Muita para ilustrar o texto acima:
120... 150... 200 Km Por Hora
Roberto Carlos
As coisas estão passando mais depressaO ponteiro marca 120
O tempo diminui
As árvores passam como vultos
A vida passa, o tempo passa
Estou a 130
As imagens se confundem
Estou fugindo de mim mesmo
Fugindo do passado, do meu mundo assombrado
De tristeza, de incerteza
Estou a 140
Fugindo de você
Eu vou voando pela vida sem querer chegar
Nada vai mudar meu rumo nem me fazer voltar
Vivo, fugindo, sem destino algum
Sigo caminhos que me levam a lugar nenhum
O ponteiro marca 150
Tudo passa ainda mais depressa
O amor, a felicidade
O vento afasta uma lágrima
Que começa a rolar no meu rosto
Estou a 160
Vou acender os faróis, já é noite
Agora são as luzes que passam por mim
Sinto um vazio imenso
Estou só na escuridão
A 180
Estou fugindo de você
Eu vou sem saber pra onde nem quando vou parar
Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar
Às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim
Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim
O ponteiro agora marca 190
Por um momento tive a sensação
De ver você a meu lado
O banco está vazio
Estou só, a 200 por hora
Vou parar de pensar em você
Pra prestar atenção na estrada
Vou sem saber pra onde nem quando vou parar
Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar
Às vezes, às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim
Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim
Eu vou, vou voando pela vida
Sem querer chegar
Composição: Roberto Carlos /
Erasmo Carlos ·
Disponível em: http://letras.mus.br/roberto-carlos/225455/
Acessado em: 16/11/2014.
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