Duas Almas
Alceu Wamosy
Ó tu que vens de longe, ó tu
que vens cansada,
entra, e sob este teto
encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo
tão sozinho.
Vives sozinha sempre e nunca
foste amada...
A neve anda a branquear
lividamente a estrada,
e a minha alcova tem a
tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as
curvas do caminho
se banhem no esplendor
nascente da alvorada.
E amanhã quando a luz do sol
dourar radiosa
essa estrada sem fim, deserta,
horrenda e nua,
podes partir de novo, ó
nômade formosa!
Já não serei tão só, nem
irás tão sozinha:
Há de ficar comigo uma
saudade tua...
Hás de levar contigo uma
saudade minha...
Disponível em: http://amoratravesdotempo.blogspot.com.br/2008/05/duas-almas-alceu-wamosy.html
Acessado em: 23/02/2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário