sábado, 7 de novembro de 2015
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
INFINITO INVERNO
Mãezinha:
Não faz muitos dias que você
foi embora.
Lá fora é verão, mas em
minh’alma é um inverno infinito.
Apesar do brilho do sol,
meus dias são cinzentos e chuvosos,
Lúgubres e nostálgicos.
Aquela saudade que você
sentia de mim quando eu Viana,
Sou eu agora que sinto de
ti.
Para você eu voltava e ela
passava;
para mim ela é eterna porque
não tenho a sua volta.
Não tenho mais você para
cuidar,
por isso o tempo é, para
mim, longo e interminável.
Tento preenchê-lo com as melhores recordações de ti.
“Relembro a casa com varanda
Muitas flores na janela
Minha mãe lá dentro dela
Me dizia num sorriso
Mas na lágrima um aviso
Pra que eu tivesse cuidado
Na partida pro futuro
Eu ainda era puro
Mas num beijo disse adeus.”
Roberto
Carlos
E não suportando o peso das
recordações,
“Tem hora que bate
Uma tristeza tão grande
Que eu não sei o que fazer
E nem pra onde ir
É tanta coisa
Que eu queria dizer
Mas não tem ninguém pra
ouvir
Então choro sem ninguém ver
Eu choro
Faço o possível pra segurar
a cabeça
Mas a emoção não quer
Que eu me desfaça
Ou então que eu esqueça
Do amor daquela mulher
E eu choro
Sem ela saber
Eu choro
Choro por tudo
Que a gente não teve
Por tudo que a gente não
realizou
Choro porque eu sei que
ainda te amo
E você me amou e ama
Choro por tudo”
Fábio Jr.
“Essas recordações me
devoram
e eu não encontro o rumo certo a seguir.
Que saudades de você, minha
pequena “criança”, meu doce “bebê”,
Meu benzinho maior, minha
velhinha tão minha.
Quisera ter-te de novo
comigo
Quisera que fosses eterna,
viva, com saúde.
Como quisera ter-te aqui
“Essas recordações me
matam”.
Site do vídeo da música O
DIVÃ, de Roberto Carlos:
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
terça-feira, 20 de outubro de 2015
domingo, 18 de outubro de 2015
Rosa Varzeana
Adeus, Rosa varzeana.
Que você sempre desabroche em minha memória.
Você foi o encanto de tantos que te estimaram e tiveram o
privilégio de conviver contigo: filhos, netos, bisnetos, sobrinhos, amigos...
Você foi um exemplo de bondade e acudia com caridade aqueles
que a ti acorriam.
Agora você está em outra dimensão.
Quando você partiu ou olhei para trás, para te ver, mas você
já tinha desaparecido no horizonte rumo ao infinito e eu fiquei morrendo de
saudades.
Fiquei órfão de ti, minha “pequena”.
Agora a dor dilacera o meu peito e as lembranças de ti
travam minha garganta e eu choro inesperada e desesperadamente.
A nossa casa parece ter crescido com a tua ausência. Vejo
tua cama, tua poltroninha, os lugares onde tu costumavas ficar e não a encontro
mais.
Como eu queria que tu estivesses aqui para eu poder te dar o
banho vespertino, cobrir-lhe de essências perfumosas e cheirar teu “cangotinho”
branco... Ah, meu eterno bebê... ai que dor...
Como eu quisera continuar a atender os teus chamados e pedidos.
A roseira do nosso canteiro também pereceu junto contigo. Já
não se abrem os botões das alexandrinas
que tu tanto gostavas.
Sinto falta de te chamar “meu bem”, “Benzinho”, “minha
filhinha”, “Mô Véim”, “minha menininha”...
Meus dias são vazios e tristes. Mesmo que eu tente resistir
à tempestade de emoções, desmorono como a mais resistente muralha diante de um terremoto.
Mesmo que eu tente me consolar, não tenho forças. Como viver
sem a companhia da criatura mais preciosa?
Adeus, D. Maria, D. Nasa. Que você sempre floresça em nossas
lembranças.
Que as coisas boas que compartilhamos fiquem gravadas em
nossos espíritos.
Que teus rastros jamais se apaguem no chão do nosso lar.
Ah, minha linda rosa branca, se eu pudesse te reencontrar
para te afagar, dengar, continuar regando tua vida de cuidados e zelos.
Ah, minha “menininha”, que saudade impiedosa sinto de ti.
Como dói a tua ausência e a falta do perfume que exalava de
ti.
A Várzea tem outras flores, outras rosas, no entanto sempre
faltará a linda rosa branca que nunca mais nós vamos ver.
Adeus, Benzinho
José Silva
Candle In The Wind
Elton John
Goodbye England's rose
May you ever grow in our hearts
You were the grace that placed itself
Where lives were torn apart
You called out to our country
And you whispered to those in pain
Now you belong to heaven
And the stars spell out your name
And it seems to me you lived your life
Like a candle in the wind
Never fading with the sunset
When the rain set in
And your footsteps will always fall here
Along England's greenest hills
Your candle's burned out long before
Your legend ever will
Loveliness we've lost
These empty days without your smile
This torch we'll always carry
For our nation's golden child
And even though we try
The truth brings us to tears
All our words cannot express
The joy you brought us through the years
And it seems to me you lived your life
Like a candle in the wind
Never fading with the sunset
When the rain set in
And your footsteps will always fall here
Along England's greenest hills
Your candle's burned our long before
Your legend ever will
Goodbye England's rose
May you ever grow in our hearts
You were the grace that placed itself
Where lives were torn apart
Goodbye England's rose
From a country lost without your soul
Who'll miss the wings of your compassion
More than you'll ever know
And it seems to me you lived your life
Like a candle in the wind
Never fading with the sunset
When the rain set in
And you footsteps will always fall here
Along England's greenest hills
Your candle's burned out long before
Your legend ever will
Goodbye England's rose
May you ever grow in our hearts
You were the grace that placed itself
Where lives were torn apart
You called out to our country
And you whispered to those in pain
Now you belong to heaven
And the stars spell out your name
And it seems to me you lived your life
Like a candle in the wind
Never fading with the sunset
When the rain set in
And your footsteps will always fall here
Along England's greenest hills
Your candle's burned out long before
Your legend ever will
Loveliness we've lost
These empty days without your smile
This torch we'll always carry
For our nation's golden child
And even though we try
The truth brings us to tears
All our words cannot express
The joy you brought us through the years
And it seems to me you lived your life
Like a candle in the wind
Never fading with the sunset
When the rain set in
And your footsteps will always fall here
Along England's greenest hills
Your candle's burned our long before
Your legend ever will
Goodbye England's rose
May you ever grow in our hearts
You were the grace that placed itself
Where lives were torn apart
Goodbye England's rose
From a country lost without your soul
Who'll miss the wings of your compassion
More than you'll ever know
And it seems to me you lived your life
Like a candle in the wind
Never fading with the sunset
When the rain set in
And you footsteps will always fall here
Along England's greenest hills
Your candle's burned out long before
Your legend ever will
http://letras.mus.br/elton-john/candle-in-the-wind-1997/traducao.html
Visite:
https://www.youtube.com/watch?v=RaspPYTTpi8
https://youtu.be/RaspPYTTpi8
https://www.youtube.com/watch?v=RaspPYTTpi8
https://youtu.be/RaspPYTTpi8
sábado, 19 de setembro de 2015
Organize-se Abriu? feche.
Organize-se Abriu? feche.
Sujou? limpe.
Deve? pague.
Falou? assuma.
Acendeu? apague.
Ligou? desligue.
Prometeu? cumpra.
Não sabe como funciona? não mexa.
Para usar o que não lhe pertence, peça licença.
Está usando algo? trate-o com carinho.
Quebrou? conserte.
Não sabe consertar? chame quem o faça.
Desarrumou? arrume.
Ofendeu? desculpe-se.
Pediu emprestado? devolva.
É de graça? não desperdice.
Não veio ajudar? não atrapalhe.
Não sabe fazer melhor? não critique.
Não lhe diz respeito? não se intrometa.
Não lhe foi perguntado? não dê palpite.
Tem que fazer algo? Então faça; e faça com atenção; e bem
feito.
O que é seu, É SEU. O que não é seu, NÃO É SEU.
Disponível em: http://www.ronaud.com/arte-de-viver/a-solucao-para-a-corrupcao/
Acessado em: 19/09/2015.
terça-feira, 8 de setembro de 2015
CANTORIA
A CANTORIA É
CULTURA E DEVE SER ACOLHIDA, DECANTADA
José de Sousa Dantas,
2005
CANTORIA é um
misto
de cultura,
diversão,
talento, arte e
beleza,
empatia,
tradição,
encanto, luz e
magia,
novidade e
harmonia,
conhecimento e
magia,
desafio e alegria
eloqüência,
integração, .......
A CANTORIA É
CULTURA,
que eleva, promove,
ensina,
desperta, envolve,
interage,
encanta, inspira,
fascina,
surpreende,
comunica,
contribui,
dignifica,
beneficia,
edifica,
emociona,
ilumina,......
Tem MOTES apresentados,
importantes,
sugestivos,
distintos,
metrificados,
inéditos,
criativos,
inspiradores,
cantantes,
verdadeiros,
construtivos,
poéticos,
inteligentes,
atuais e
pertinentes,
agradáveis,
instrutivos,.......
Na CANTORIA há
lição,
conhecimento, surpresa,
improviso,
sutileza,
filosofia,
emoção,
trabalho,
composição,
autêntica,
metrificada,
com a rima
encadeada,
na melhor
desenvoltura,
A CANTORIA É
CULTURA
E DEVE SER DECANTADA.
sábado, 15 de agosto de 2015
MENTIRA TEM PERNA CURTA
MENTIRA TEM PERNA
CURTA
Por José Gomes da
Silva
Qual brasileiro não imaginou um
dia viver num país desenvolvido, pujante,valoroso, de gente civilizada e
ordeira, com o progresso sugerido pela bandeira nacional “galopando”
ininterruptamente, da Serra da Contamana à Ponta do Seixas, do Oiapoque ao
Chuí?.
É século XXI e a imaginação
frutificou, o sonho virou realidade e eis aí a nação desejada, infraestruturada
e socialmente arrojada.
A grandeza do Brasil não é
utópica. Loas lhe são tecidas no Hino Nacional, caso dos versos:
Gigante pela própria natureza
És belo, és forte, impávido colosso
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Deitado eternamente em berço esplêndido
Ao som do mar e à luz do céu profundo
Fulguras, ó Brasil, florão da América
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores
"Nossos bosques têm mais vida"
"Nossa vida" no teu seio "mais amores"
(Composição: Francisco Manuel da Silva / Joaquim Osório
Duque Estrada)
Vejam como somos um país
pretensioso: “Gigante pela própria natureza” Nesse particular está a verdade.
Temos dimensão continental e sob e sobre esse solo há riquezas vegetais,
animais e minerais que embasam toda a pretensão desenvolvimentista da nação
tupiniquim.
Dos dois últimos versos da
primeira estrofe acima citada pode-se depreender um antagonismo na grandeza
espelhada pelo futuro.
Na segunda estrofe, o país está
abençoado pela própria natureza e na terceira, temos a terra mais garrida,
campos mais floridos e, destaque-se, no seio da pátria nossa vida é mais amada.
Que paizão, o Brasil. O que dizer
que há de ruim? Nada. A Terra é generosa, o povo é amável.
No poema de Gonçalves Dias,
nacionalista ao extremo, também está decantada a grandeza brasileira, desde a
época romântica do século XIX. Confira alguns versos que enaltecem o país e o
coloca no grau superlativo entre as outras nações:
As aves que aqui gorjeiamNão gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores.
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem primores
Que tais não encontro eu cá;
(Disponível em: < https://pt.wikisource.org/wiki/Can%C3%A7%C3%A3o_do_Ex%C3%ADlio_%28Gon%C3%A7alves_Dias%29> Acessado em: 15/08/2015.
Como vês, caro leitor, os versos
extraídos do poema sugerem que temos tudo de melhor. Ah, que país belo”.
E há quem seja feliz por ser brasileiro,
por viver aqui.. Um exemplo está descrito na seguinte letra de música:
Meu País
Ivan Lins
Aqui é o meu país
Nos seios da minha amada
Nos olhos da perdiz
Na lua na invernada
Nas trilhas, estradas e veias que vão
Do céu ao coração
Aqui é o meu país
De botas, cavalos, estórias
De yaras e sacis
Violas cantando glórias
Vitórias, ponteios e desafios
No peito do Brasil
Me diz, me diz
Como ser feliz em outro lugar
Aqui é o meu país
Dos sonhos sem cabimento
Aqui sou um passarim
Que as penas estão por dentro
Por isso aprendi a cantar,
Voar, voar, voar
Me diz, me diz
Como ser feliz em outro lugar.
Nota-se, pela letra da música,
que alguém está conformado e feliz com o país que tem. Isso se justifica com o
último verso da canção.
De fato, tanto os autores do Hino
Nacional, quanto Gonçalves Dias e Ivan Lins foram felizes em enaltecer o país
verde-amarelo.. Somos os maiorais: temos o melhor IDH do planeta; corrupção
aqui não existe. Os setores da saúde, da educação, da segurança e da
assistência social, dentre outros, são exemplos de eficácia e qualidade máxima,
modelo para os países do, se é que podemos ainda assim dizer, primeiro mundo.
Estamos além deles, ultradesenvolvidos.
Nossa infraestrutura é de causar
inveja a qualquer outro povo: hospitais, escolas, prisões super-equipadas, sem
lhes faltar nada para o excelente funcionamento.
As periferias das médias e
grandes cidades em nada diferem dos centros, são também hiperurbanizadas e
cuidadas.
As pequenas cidades são
primorosas: calçadas, com redes de esgotamento sanitário, sem exceção, sempre
limpas, prédios públicos conservados e zelados.
O trânsito tem organização
impecável e todos os condutores de autos e motos têm formidável educação para o
trânsito como nunca se viu em outro lugar.
Os mercados municipais dão prazer
a quem vai até eles pelo “bom ar” que exalam e por sua conservação.
A nível nacional o âmbito dos
transportes se agigantou: temos atualmente grandiosas companhias aeres,
aeroportos primam pelo atendimento aos passageiros; ônibus intermunicipais e
interestaduais super confortáveis, luxuosos e seguros. Um sistema de trem-bala
que liga São Luís a Porto Alegre, passando por todas as capitais atlânticas;
outro ramal, que sai de Belém, passa por Palmas, Brasília, Goiânia, Campo
Grande, Cuiabá, Porto Velho e Rio Branco.
Nossa malha rodoviária, moderna,
dá total segurança aos usuários. Nossos portos, bem equipados, promovem com as
exportações e importações, aumentando a riqueza nacional.
“Brava gente, brasileira”, dona
de um país “wonderful”, “hermoso”, educada ao extremo, ordeira e trabalhadora,
que, como capricho faz cumprir “ordem e progresso”, orgulhosa de estar
continuamente construindo o “gigante do hemisfério sul”.
Aqui não se fala de classes
sociais, de desigualdades, de violência, de tráfico e consumo de drogas
ilícitas. Não há discriminação nem racismo, a coexistência dos grupos étnicos,
colonos e imigrantes recém-chegados é pacífica, não há choques nem
enfrentamentos.
As casa populares são verdadeiros
“palacetes” que cabem famílias numerosas.
Indústrias há de todos os ramos.
Água aqui não é problema: os
mananciais da banda ocidental do território são transpostos para a oriental,
uniformizando o país de verde, o verde da bandeira. Logo, nenhum indivíduo é
privado do líquido indispensável. Que maravilha, Brasil!
Os gestores, em todas as esferas,
são pessoas de ilibada conduta. O povo está em boas mãos. Eh, Brasilzão!
Ary Barroso também não polpou
alusão ao seu país e disse, através da canção Aquarela do Brasil:
Aquarela do Brasil
Brasil
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Ah, abre a cortina do passado
Tira a Mãe Preta,do serrado
Bota o Rei Congo, no congado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Deixa, cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a Sa Dona, caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Brasil
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Ah, ouve essas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah, este Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil, brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Ah, abre a cortina do passado
Tira a Mãe Preta,do serrado
Bota o Rei Congo, no congado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Deixa, cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a Sa Dona, caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Brasil
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Ah, ouve essas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah, este Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil, brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
E, como se não bastasse tanto enaltecimento, Jorge Bem Jô
também na música, País Tropical externa
o seu pensamento sobre o maior país do hemisfério sul:
Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza, mas que beleza
http://letras.mus.br/jorge-ben-jor/46647/
Ah, como seria bom se vivêssemos num
Brasil belo, organizado, ordeiro e progressista! É um sonho utópico. Quem nos
dera que tivéssemos “gente fina, elegante e sincera, com índole para o
progresso, para o bem comum, para a verídica e pura prática da cidadania.
Ah, como seria fantástico viver
num Brasil super desenvolvido.
Mas, como mentira tem perna
curta, , entenda-se tudo ao contrário.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
DESEJO
Vítor Hugo
Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconsequentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Que mesmo maus e inconsequentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja
triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma
semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha
dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus
afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.
sexta-feira, 12 de junho de 2015
A Falsa Simbologia do Coração
Por: José Gomes da
Silva
Os entes
humanos, pelo que é percebido no convívio social, não gostam de obedecer leis
ou regras, em qualquer ambiente da sociedade, isto é, na família, na
instituição educacional, no trânsito, etc. Entretanto, facilmente as
pessoas acreditam em coisas fúteis e
irreais e a elas se apegam fielmente. Por exemplo, há quem creia piamente em
promoção ou liquidação de lojas comerciais;
outros dão crédito a superstições e... quase todos devotam infinitamente o coração.
Desde o século
V antes de Cristo, o coração tem sido o símbolo do amor e da paixão, e o
guardião das emoções e dos mais nobres e ardentes sentimentos, como a amizade.
Não é raro ouvir-se alguém dizer que guarda outro “no fundo do coração”.
Os filósofos
gregos do aludido século pensavam que o coração era relacionado com a emoção,
por ser quente e estar em ininterrupto movimento. Mas, como surgiu a simbologia
do órgão pulsador, conforme a conhecemos na atualidade? Há várias hipóteses a
esse respeito:
1-O símbolo
originou-se de uma pintura rupestre, em que uma forma semelhante indicava o
coração de um mamute.
2-Muito
antigamente os cisnes eram símbolos do amor, por serem fiéis aos seus pares e,
quando um morre o outro em pouco tempo também perece. Quando um casal de cisnes
se encontra os pescoços formam o símbolo do coração.
3-O filósofo
Plutarco defende que, como no antigo Egito o pêssego era considerado o fruto
dos deuses, o símbolo vem dessa fruta.
4-Há também
quem defenda que o símbolo surgiu da seguinte relação: coração > amor >
sexo > desejo > bumbum.
5-a teoria
mais aceita pelos historiadores é a da folha de hera (na antiguidade
simbolizava imortalidade e poder. Ela teria inspirado o formato atual do
coração).
Mesmo sem uma
gênese óbvia, o símbolo do coração, que é feito até mesmo com o encontro das
duas mãos semi-fechadas, é universal e cultuado por quase todas as nações.
A linguagem do
“heart” como símbolo de fortes
sentimentos é usada por povos distintos e, mesmo pessoas eruditas e sabedoras
da real função do “cuore”, rendem-se
à falsa crença nesse órgão como hospedeiro de emoções, afetos e sentimentos tão
nobres ou tão cruéis. É o caso de
Charles Duclos que disse que: “a linguagem do coração é universal, só é preciso
sensibilidade para entendê-la.”
O coração,
cientificamente dizendo, tem função única: a de ser um músculo que bombeia o
sangue rico em oxigênio para todas as células que conformam um organismo.
Logo, é um
“tóten” equivocadamente idolatrado como o “cantinho do amor”, “lugar da amizade”,
etc., em detrimento da mente, verdadeiro e abstrato lugar no qual se pode
acomodar tudo aquilo que erroneamente é transferido para a “bomba muscular.”
Os sentimentos
e as emoções se manifestam consoante as diversas situações vivenciadas por
alguém. Elas podem ser prazerosas ou dolorosas. Jeanne Pompadour, sobre isso,
assim se refere: “Há no coração duas medidas: uma para o prazer e outra para a
dor e ambas se despejam e enchem alternadamente.”
A paixão pela
simbologia do “corazón” é tão
extremada e se manifesta na poesia e na música, principalmente.em letras de
músicas o “heart” é personificado. É
como se fosse um ser que tivesse as alegrias e tristezas de um humano. Não
faltam prosopopéias alusivas ao “coeur”.
?eis alguns exemplos:
“Coração, para
que se apaixonou por alguém que nunca te amou...”, “o coração fica
doente, sem jeito até pra conversar...” (Rapazola);
“Coração
pirata toma tudo pela frente...” (Roupa Nova);
“Meu coração está
radiante, bate feliz, acho que é o amor...” (Grupo Revelação);
“Vê se toma
jeito, coração. Coração, coração, deixa de ser trouxa, coração...”
(Turma do Pagode);
“De outros
corações assim, que sofrem igual a mim, do mesmo mal de amor [...] No
meu peito bate forte o mesmo coração que depois de tudo grita por
você [...] Canta coração...” (Roberto Carlos).
Os trechos de
leras de músicas supra-citados evidenciam a personificação do coração, o que
facilmente é percebido através dos verbos de ação, típicos do ser humano
As prosopopeias
que fazem referência ao enganoso centro do bem ou do mal nos indivíduos
alastram-se por um campo vasto, infinito, até. Antoine de Saint-Exupéry,
notável escritor francês, disse: “Só se vê bem com o coração, o essencial é
invisível aos olhos.” Como se percebe, o ato de ver é típico dos animais. Como
pode um coração enxergar? Sem se dar conta do ledo engano, as pessoas fazem do “cuore”
um ente que é parte de suas vidas, mesmo sabendo da falsidade que ele lhes
proporciona, não por vontade própria, todavia pelas arraigadas crenças a ele
atribuídas.
Nos cartões,
nas revistas, nos enfeites, em roupas, etc., sempre vermelho, está o “herz”, idolatrado, venerado, endeusado.
No falar
corriqueiro, o coração é figurativamente, não um músculo, porém uma peça que, a
depender do bem ou do mal, pode ser “...de ouro” (se uma pessoa é generosa,
bondosa); ou “...de pedra” (o daquela pessoa insensível, malévola).
Outrossim a
quem sugira a outrem “abrir o coração” (fazer confidências, confessar o que
está sentindo); Também quando um fato provoca grande comoção diz-se que é “...
de cortar o coração’.
Por simbolizar
falsamente os sentimentos e as emoções de homens e mulheres que, por
ingenuidade, displicência, ou por convenção social, seguem acreditando piamente
no poder do órgão em causa, como o vigilante, o guardião dos sentimentos e das
emoções da espécie humana.
Mesmo sendo um
símbolo irreal e figurado, o “corazón”
representa a parte emocional do indivíduo. Por isso, essa peça vital que é oca
é cultuada e se encontra presente em contextos nos quais os sentimentos e os
estímulos emotivos afloram.
É esse
“bombeiro” alvo de referências das mais inusitadas e mesmo ilógicas, como, por
exemplo, as citações que se seguem:
- Coração, arquivo de emoções e sentimentos que aos poucos enchemos com nossas buscas, aventuras e conquistas. (http://superfrases.net)
- O amor está intimamente ligado ao coração, porque é nele que aprisionamos as pessoas que mais amamos! (http://superfrases.net)
- É no coração que guardamos os melhores momentos de quem amamos, da vida e de tudo de bom que temos para relembrar! (http://superfrases.net)
- Não há lugar melhor para se guardar saudade que o coração, nele existe tantas gavetas que é melhor não dispomos de tempo, nem devemos tentar arrumá-las, só para evitar as lágrimas! (http://superfrases.net)
- A linguagem do coração é tão simples que até de olhos fechados entendemos os códigos que o fazem bater por amor, alegria e todos os sentimentos! (http://superfrases.net)
A literatura que aborda o assunto coração é ampla e na sua produção
estão grandes nomes, pessoas cultas e inteligentes, cuja sabedoria não foi nem
é suficiente para libertá-los de um grotesco engano numa crença incoerente, sem
fundamento., mas que arrebata mas que arrebata milhões de criaturas que
arraigados na falsa fé não abrem mão de “guardar no coração suas emoções e seus
sentimentos, suas alegrias e suas tristezas. E VOCÊ... VAI CONTINUAR ENGANADO?
Coração
Compositor: Roberto Carlos / Erasmo Carlos
Com o coração na voz
E o grito mais feroz
Eu canto a mesma dor
De outros corações assim
Que sofrem igual a mim
Do mesmo mal de amor
As estórias todas são iguais
Eu apenas faço delas mais
Uma canção de amor
Ou de dor
O meu coração eu dei
Foi tanto que eu amei
E muito o que sofri
E no coração deixei
Sangrar então cantei
As dores que senti
No meu peito bate forte o mesmo coração
Que depois de tudo grita por você
Nessa canção
Coração, coração
Canta coração
Coração, coração
Can....ta coração
O meu coração eu dei
Foi tanto que eu amei
E muito o que sofri
E no coração deixei
Sangrar então cantei
As dores que senti
No meu peito bate forte o mesmo coração
Que depois de tudo grita por você
Nessa canção
Coração, coração
Canta coração
Coração, coração, coração
Can....ta coração
E o grito mais feroz
Eu canto a mesma dor
De outros corações assim
Que sofrem igual a mim
Do mesmo mal de amor
As estórias todas são iguais
Eu apenas faço delas mais
Uma canção de amor
Ou de dor
O meu coração eu dei
Foi tanto que eu amei
E muito o que sofri
E no coração deixei
Sangrar então cantei
As dores que senti
No meu peito bate forte o mesmo coração
Que depois de tudo grita por você
Nessa canção
Coração, coração
Canta coração
Coração, coração
Can....ta coração
O meu coração eu dei
Foi tanto que eu amei
E muito o que sofri
E no coração deixei
Sangrar então cantei
As dores que senti
No meu peito bate forte o mesmo coração
Que depois de tudo grita por você
Nessa canção
Coração, coração
Canta coração
Coração, coração, coração
Can....ta coração
http://www.vagalume.com.br/roberto-carlos/coracao-2.html
terça-feira, 21 de abril de 2015
quarta-feira, 25 de março de 2015
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Duas Almas
Alceu Wamosy
Ó tu que vens de longe, ó tu
que vens cansada,
entra, e sob este teto
encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo
tão sozinho.
Vives sozinha sempre e nunca
foste amada...
A neve anda a branquear
lividamente a estrada,
e a minha alcova tem a
tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as
curvas do caminho
se banhem no esplendor
nascente da alvorada.
E amanhã quando a luz do sol
dourar radiosa
essa estrada sem fim, deserta,
horrenda e nua,
podes partir de novo, ó
nômade formosa!
Já não serei tão só, nem
irás tão sozinha:
Há de ficar comigo uma
saudade tua...
Hás de levar contigo uma
saudade minha...
Disponível em: http://amoratravesdotempo.blogspot.com.br/2008/05/duas-almas-alceu-wamosy.html
Acessado em: 23/02/2015.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
A FESTA DA GRAMÁTICA
Um dia dona Gramática resolveu dar uma
grande festa. Queria reunir todos os membros da Língua Portuguesa. Convite
feito, convite aceito. No dia marcado foram chegando os componentes da
Fonética, da Morfologia, da Semântica, da Sintaxe e da Estilística e já foram
formando seus grupos. Todos vestidos a caráter. Dona Gramática estava feliz com
o evento. Como é bom ver os filhos reunidos em concordância.
O baile estava animadíssimo. O Ditongo dançava com a Divisão Silábica muito disputada pelo Tritongo e pelo Hiato. O Radical conversava com a Raiz enquanto observavam o animado jogo de palavras entre o Sinônimo e o Antônimo. A Conjunção, que havia bebido um pouco, não sabia se era coordenativa ou subordinativa, foi preciso a intervenção da Interjeição para acabar com a dúvida. O grupo das Vogais desafiava o das Consoantes.
O Substantivo estava numa dura queda de braço com Adjetivo, tudo num clima de amizade. O Artigo Masculino namorava, lá no cantinho escuro, com o Artigo Feminino que determina a palavra Felicidade para que ela seja eterna. A Derivação batia um papo com a Composição. Falavam das suas formações. A Derivação se acha importante porque é formada por sufixação, prefixação, parassíntese e derivação regressiva. A Composição também tem seu orgulho ora ela é justaposta, ora é aglutinada. A Oração Sem Sujeito fofocava com Oração Reduzida, o Objeto Direto deu uma rasteira no Agente da Passiva e saiu com a Regência Nominal em clima de Prosódia e Ortoépia. A Onomatopéia rodopiava pelo salão. O Eufemismo tentava suavizar as palavras para dizer à Hipérbole o quanto ela dança mal. O Pleonasmo dizia à Antítese que só acreditava naquela festa porque estava vendo com “seus próprios olhos”. A Reticência dava uma de cantora, mas era tão desafinada que o Cacófato veio correndo para calar “a boca dela”.
Lá pelas tantas, a Gramática ouviu um rumor parecido com uma discussão. Correu para o canto de onde vinha o alarido e chegou a tempo de ver e ouvir o Verbo gritando:
- Eu vou falar, eu quero falar.
A Gramática interferiu.
- Meu filho qual é o problema?
Nesse momento já havia parado a música e todos estavam aglomerados em torno da Gramática e do Verbo.
- Desde que eu cheguei nesta festa que ouço vocês contando vantagem. Um é isso, outro é aquilo. Porque um é melhor e o outro pior. Droga! Nós somos uma família. Pertencemos ao mesmo idioma, sendo assim um não pode ser melhor que o outro. Nenhum brilha mais que o outro.
Foi nesse momento que o Verbo Auxiliar aplaudiu:
- Bravo companheiro. É isso aí. Onde já se viu uma coisa dessas. Já pensou se cada elemento de um idioma começasse a dizer que é o tal? Seria uma Babel.
Todos ficaram calados. E o Verbo, muito nervoso, continuou a falar com sua potente voz:
- Senhores, nós somos um exército composto por soldados talhados na forma de palavras. Lutamos numa guerra eterna para não perder a nossa identidade, para não deixar o invasor nos assimilar e implantar o seu idioma. Apesar da nossa vigilância vem a infame influência e planta uma palavrinha aqui, outra ali e quando abrirmos os olhos já não haverá um idioma, somente um dialeto. É preciso ensinar as crianças, desde cedo, a amar a língua. Como fazer? Ensinando-as a falar e escrever corretamente.
- Vejam os erros de concordância nas redações, isso é só uma parte, sem contar a incompreensão de textos e outras coisas mais. Tudo isso por conta do mau ensino. E vocês ficam aí discutindo bagatelas.
O verbo sentou e chorou. Dona Gramática, pensativa, admitia o erro no ensino da língua.
A festa que começara animada voltou aos “tempos primitivos” e foi preciso um “Imperativo” na tentativa de restaurar a alegria. A orquestra de letrinhas, que parara de tocar, começou a recolher os instrumentos que estavam no chão. E para que não houvesse mais confusão o Sujeito subiu numa cadeira e gritou.
- Aí pessoal, vamos agitar porque essa festa não está mais “manera”, parece um cemitério, pô. Os “manos” vieram aqui dançar e levar um “lero” legal.
- Vejam que falei gírias, também uso a forma culta, isso foi só para mostrar como é belo esse idioma que tem palavras para designar qualquer coisa. Procurem por aí a palavra saudade, ninguém tem, só nós. Tem mais pessoal, na festa da dona Gramática não há lugar para se discutir problema de ensino, aqui é o lugar da união de todos para formarmos um só corpo. Discutir ensino de gramática, isso é lá com “seu” Ministro.
Todos concordaram e o Sujeito saiu balançando o esqueleto pelo salão à procura de uma Flexão Adjetiva para um giro numa folha de caderno.
O baile estava animadíssimo. O Ditongo dançava com a Divisão Silábica muito disputada pelo Tritongo e pelo Hiato. O Radical conversava com a Raiz enquanto observavam o animado jogo de palavras entre o Sinônimo e o Antônimo. A Conjunção, que havia bebido um pouco, não sabia se era coordenativa ou subordinativa, foi preciso a intervenção da Interjeição para acabar com a dúvida. O grupo das Vogais desafiava o das Consoantes.
O Substantivo estava numa dura queda de braço com Adjetivo, tudo num clima de amizade. O Artigo Masculino namorava, lá no cantinho escuro, com o Artigo Feminino que determina a palavra Felicidade para que ela seja eterna. A Derivação batia um papo com a Composição. Falavam das suas formações. A Derivação se acha importante porque é formada por sufixação, prefixação, parassíntese e derivação regressiva. A Composição também tem seu orgulho ora ela é justaposta, ora é aglutinada. A Oração Sem Sujeito fofocava com Oração Reduzida, o Objeto Direto deu uma rasteira no Agente da Passiva e saiu com a Regência Nominal em clima de Prosódia e Ortoépia. A Onomatopéia rodopiava pelo salão. O Eufemismo tentava suavizar as palavras para dizer à Hipérbole o quanto ela dança mal. O Pleonasmo dizia à Antítese que só acreditava naquela festa porque estava vendo com “seus próprios olhos”. A Reticência dava uma de cantora, mas era tão desafinada que o Cacófato veio correndo para calar “a boca dela”.
Lá pelas tantas, a Gramática ouviu um rumor parecido com uma discussão. Correu para o canto de onde vinha o alarido e chegou a tempo de ver e ouvir o Verbo gritando:
- Eu vou falar, eu quero falar.
A Gramática interferiu.
- Meu filho qual é o problema?
Nesse momento já havia parado a música e todos estavam aglomerados em torno da Gramática e do Verbo.
- Desde que eu cheguei nesta festa que ouço vocês contando vantagem. Um é isso, outro é aquilo. Porque um é melhor e o outro pior. Droga! Nós somos uma família. Pertencemos ao mesmo idioma, sendo assim um não pode ser melhor que o outro. Nenhum brilha mais que o outro.
Foi nesse momento que o Verbo Auxiliar aplaudiu:
- Bravo companheiro. É isso aí. Onde já se viu uma coisa dessas. Já pensou se cada elemento de um idioma começasse a dizer que é o tal? Seria uma Babel.
Todos ficaram calados. E o Verbo, muito nervoso, continuou a falar com sua potente voz:
- Senhores, nós somos um exército composto por soldados talhados na forma de palavras. Lutamos numa guerra eterna para não perder a nossa identidade, para não deixar o invasor nos assimilar e implantar o seu idioma. Apesar da nossa vigilância vem a infame influência e planta uma palavrinha aqui, outra ali e quando abrirmos os olhos já não haverá um idioma, somente um dialeto. É preciso ensinar as crianças, desde cedo, a amar a língua. Como fazer? Ensinando-as a falar e escrever corretamente.
- Vejam os erros de concordância nas redações, isso é só uma parte, sem contar a incompreensão de textos e outras coisas mais. Tudo isso por conta do mau ensino. E vocês ficam aí discutindo bagatelas.
O verbo sentou e chorou. Dona Gramática, pensativa, admitia o erro no ensino da língua.
A festa que começara animada voltou aos “tempos primitivos” e foi preciso um “Imperativo” na tentativa de restaurar a alegria. A orquestra de letrinhas, que parara de tocar, começou a recolher os instrumentos que estavam no chão. E para que não houvesse mais confusão o Sujeito subiu numa cadeira e gritou.
- Aí pessoal, vamos agitar porque essa festa não está mais “manera”, parece um cemitério, pô. Os “manos” vieram aqui dançar e levar um “lero” legal.
- Vejam que falei gírias, também uso a forma culta, isso foi só para mostrar como é belo esse idioma que tem palavras para designar qualquer coisa. Procurem por aí a palavra saudade, ninguém tem, só nós. Tem mais pessoal, na festa da dona Gramática não há lugar para se discutir problema de ensino, aqui é o lugar da união de todos para formarmos um só corpo. Discutir ensino de gramática, isso é lá com “seu” Ministro.
Todos concordaram e o Sujeito saiu balançando o esqueleto pelo salão à procura de uma Flexão Adjetiva para um giro numa folha de caderno.
Maria Hilda de
Jesus Alão
Disponível em: < http://blogdaprofessoraione.blogspot.com.br/p/textos-interessantes.html>
Acessado em: 03/02/2016.
domingo, 1 de fevereiro de 2015
BRASIL: Pátria Deseducadora
Por: José Gomes da
Silva
O setor social
da Educação, no Brasil, pelo que a história conta, sempre foi e continua sendo
deficiente. Logo, conforme o que se observa cotidianamente na sociedade desse
país, a maioria do povo brasileiro não tem “educação de berço”, o que
impossibilita à nação galgar o status de “plenamente civilizada” e
“economicamente desenvolvida’.
Ao apossar-se
do seu segundo mandato, a Presidenta da República Federativa do Brasil, Sra.
Dilma Vana Rousseff anunciou o slogan da nova fase da sua gestão: “Brasil
Pátria Educadora”.
Esse lema
reflete o reconhecimento do governo federal de que a gente do território nacional não possui um grau
educacional satisfatório, tanto no âmbito da educação doméstica, quanto na esfera
da educação secular.
Em sua
maioria, a população verde-amarela é
limitada em termos de conhecimento, de cultivo dos bons valores, de senso de
trabalho, de consciência dos problemas nacionais, de solidariedade e espírito
coletivo na luta pelo bem comum. A aceitação de pouco ou nada educada é um
“fatalismo inconsciente” que deixa os brasileiros num estádio negativamente
estável, haja vista que já não há patriotismo, falta a ambição pela construção
de um país desenvolvido, respeitado e bom para se viver.
No campo da
educação como ente formador dos indivíduos quanto a conhecimentos seculares, o
que se percebe é o descaso da maior parcela dos discentes e uma constante e
desesperada busca da qualidade desse setor social, sem, no entanto,
conseguir-se melhoras significativas.
Está
registrado na história da nação que a educação, enquanto instituição
construtora do conhecimento, sempre foi problemática e deficitária, e esteve,
como está, a serviço do interesse dos
dominadores, desde aquela empreendida pelos jesuítas para ajudar a efetivar a
dominação lusitana, até à contemporânea, para atender aos ditames
governamentais e de entidades internacionais.
Como a pátria
educa seu povo se o maior percentual dele não se permite instruir?
Na atualidade
os alunos contam com ótimo suporte para seu desenvolvimento intelectual: farda,
livros de todas as disciplinas curriculares, transporte escolar, merenda, etc.,
coisas que outrora outras gerações não tiveram,
e mesmo assim todos encaravam os estudos com afinco, interesse e
consciência da sua importância para suas vidas nos aspectos pessoal e
profissional, todavia, num contraponto, a clientela das escolas e colégios vai
a essas entidades sem objetivo nem perspectiva de futuro, sem nada, a não ser
com o fim de fazer das salas de aulas pontos de encontro para bate-papos como
em bares ou clubes, namoros, entretenimento com celulares, etc., numa flagrante
perda do tempo de preparação para suas vidas futuras. Nesse aspecto, salvam-se
alguns educandos que têm a nobreza de
serem reconhecidos pelos seus docentes como autênticos estudantes.
O acesso aos
cursos superiores está muito facilitado, todavia eles estão banalizados, visto
que é comum a existência de pólos universitários em pequenas cidades,. Cursos
virtuais, etc. Não se nota em quem, atualmente, termina uma faculdade, um bom
cabedal de conhecimentos nem a melhoria do seu linguajar, marca indelével de
quem conclui um curso superior, como acontecia antigamente. É que muitos alunos
chegam às universidades sem ter conseguido dominar os conteúdos ministrados nos
ensinos fundamental e médio, o que é consequência de múltiplos fatores.
Velhos cursos
de nível médio retornam com novas nomenclaturas. As leis educacionais, pelo
menos até o ensino Médio, são brandas e concorrem com o desdém de grande número
de freqüentadores das unidades
educacionais, inclusive, com medi ínfima para aprovação, o que em nada
incentiva o educando, ao contrário, diminui seu investimento de esforços para
aprender e se discernir.
Como poderá a
pátria educar quem só pensa em baladas e bebidas? Quem faz do futebol sua
religião? Quem saqueia, seqüestra, mata, depedra o patrimônio público e o
privado? Quem incendeia ônibus e leva policiais a óbito? Como educar um povo
que, por natureza, e nas mínimas
situações não gosta de obedecer? Como educar um povo que, em 515 anos de
história jamais se desenvolveu o suficiente em termos educativos? Como educar
um povo que não tem sentimento nativista, não é patriota, nem está aí para o progresso e o desenvolvimento do seu país?
O lema da
mandatária é nobre e profundo. Contudo é impossível fazer em quatro anos o que
não foi feito nem conseguido em 514: educar e civilizar, na sua totalidade, o
povo brasileiro.
Música
ilustrativa
Educação do Futuro
Sergio Brown
Ta na hora ta na hora, de parar para estudarQuero passar de ano, boas notas vou tirar.
Ser o melhor aluno é o meu objetivo e eu consigo.
A caminhada é difícil, mas o professor está comigo
Sempre ao meu lado, me ajudando a crescer
Me ensinando tudo, aumentando o meu saber.
Confio nele, assim como ele confia em mim
Tenho certeza que juntos, um futuro melhor podemos construir.
Hoje, sou uma pequena criança, amanhã, um grande adulto
Com grande conhecimento, capacidade de debater sobre tudo.
O meu estudo é a arma que preciso para vencer
Por isso vou me dedicar
E cada vez mais os professores escutar e obedecer.
Tudo pela educação, tudo pela saúde!
Todos nós apoiando a juventude
Tudo pelas crianças, futuro da nação
Todos nós pela educação.
A escola é a segunda casa da gente
Aqui brinco e aprendo, ficando cada vez mais inteligente.
Como um passo de mágica me transformo a cada ano que passa.
Minha mente, meu corpo evoluem juntos nessa jornada
Cada dia que passa, eu entendo melhor a vida.
Entendo que o meu futuro é brilhante e a escola é meu ponto de partida.
Sei que será cansativo, complicado e difícil
Mas tudo que vem fácil, irmão não tem muito sentido.
Não tem o mesmo valor das coisas batalhadas
Não tem o mesmo sabor das coisas conquistadas
Passo a passo um dia por mês, eu me torno um vencedor
Pouco a pouco na escola eu aprendo, também ensino ao meu professor.
Cresço com ele, ele cresce comigo
É muito mais que meu mestre, ele é meu amigo
Sempre disposto a ajudar nas de dificuldade
Com um sorriso no rosto, mostrando toda sua bondade
Tem prazer em me ensinar, orientar, me guiar
Eu em aprender, crescer cada vez mais conquistar
Ser aluno para mim é um imenso prazer
Espero muito que também seja pra você.
O futuro do País está em nós, irmão!
Vamos nos unir, vamos dar as mãos
Todos pela escola, todos pela educação
Todos juntos para salvar a nossa Nação.
Em um só ritmo, em uma só melodia
Buscando a paz, espalhando alegria.
Tudo pela educação, tudo pela saúde!
Todos nós apoiando a juventude
Tudo pelas crianças, futuro da nação
Todos nós pela educação.
Disponível em: http://letras.mus.br/sergio-brown/educacao-do-futuro/
Acessado
em: 27/01/2015.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Um Texto Inteiro Escrito
Sem a Letra “A”... É Possível, Sim!
Rico é o português e fértil em recursos diversos,
tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter
como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se
isto fosse mero ovo de Colombo.
Desde que se tente sem se pôr inibido pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento
Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.
Autor: Desconhecido
Desde que se tente sem se pôr inibido pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento
Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.
Autor: Desconhecido
Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/2128979>
Acessado em: 23/12/2014.
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