Figuras de Linguagem
O que são?
Figuras de linguagem são modos de dizer, desviados das normas gramaticais, que visam, sobretudo dar maior expressividade à comunicação.
São recursos expressivos de que se vale quem fala ou escreve para dar à comunicação mais força, colorido, intensidade e beleza.
As normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são seguidas pelo falante, já que, muitas vezes, ocorrem “desvios” da norma. Os “desvios” podem ocorrer por vários motivos, mas, principalmente, quando o falante se desvia da norma culta com a intenção deliberada de reforçar a mensagem, tornando-a mais criativa e original, ou quando não conhece a norma culta, ou seja, o “desvio” é fruto da ignorância do falante em relação à língua culta.
As figuras constituem os “ornamentos” do discurso. A figura se opõe à linguagem simples. Ela desvia os elementos da linguagem comum do seu uso normal criando uma linguagem nova.
As figuras de linguagem não são apenas enfeitas. Ao contrário, são uma maneira de aperfeiçoar o comportamento intelectual (reflexão, compreensão, análise e uso mais eficaz da linguagem. As figuras devem ser entendidas como recursos estilísticos que aprimoram nossas mensagens, tornando-as mais eficientes.
Mais do que um enfeite, as figuras de linguagem sugerem conteúdos emotivos e intuitivos por meio das palavras conforme sua organização.
As figuras de linguagem fazem parte da ESTILÍSTICA, por isso, também são chamadas de figuras de estilo, e são classificadas em três grupos:
o Figuras de palavras ou tropos
o Figuras de pensamento
o Figuras de construção ou de sintaxe
o Figuras de som
Um exemplo de figura de linguagem é a onomatopeia, que é uma figura de som. Ela linguisticamente sons e ruídos do mundo natural.
Exemplo:
A Língua de Nhem
Cecília Meireles
Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.
E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também
a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,
e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,
ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
Cecília Meireles, Ou isto ou aquilo, Nova Fronteira
Acessado em: 02/7/2012
As onomatopeias são largamente usadas no gênero textual História em Quadrinhos.
Confira este exemplo:
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