sábado, 11 de maio de 2013

AMOR GRAMATICAL



Amor Gramatical
Por Fernanda Braga da Cruz



Redação feita por uma aluna de Letras, que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa.

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.
Um substantivo masculino, com aspeto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador para, só com os dois lá dentro.
Ótimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e para exatamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento. 

Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. 

Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois. 

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.
Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.
Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz ativa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.
Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objeto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.
Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. 

Nisto a porta abriu-se repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjetivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. 

Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício. 

Que loucura, meu Deus! Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objetos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois. 

Só que, as condições eram estas:
Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

 




em versos

Amor gramatical


Era a terceira vez que aquele substantivo
E aquele artigo se encontravam no elevador.
Um substantivo masculino,
com um aspecto plural,
Com alguns anos bem vividos
Pelas preposições da vida.


E o artigo era bem definido,
feminino, singular:
era ainda novinha,
mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingênua,silábica, um pouco átona
Até ao contrário dele:
Um sujeito oculto
com todos os vícios da linguagem
fanáticos por leituras e filmes ortográficos.

O substantivo gostou dessa situação:
Os dois sozinhos
Num lugar sem nínguem ver e ouvir
E sem perder essa oportunidade,
Começou a se insinuar,
a perguntar,
a conversar.

O artigo feminino
deixou as reticências de lado,
e permitiu esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára,
Só com os dois lá dentro:
ótimo, pensou o substantivo,
mais um bom motivo
Para provocar alguns sinônimos.

Pouco tempo depois,
já estavam bem entre parênteses,
Quando o elevador recomeça a se movimentar:
só que em vez de descer,
sobe e pára justamente no andar do substantivo.
Ele usou toda sua flexão verbal,
e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema,
E ficaram alguns instantes em silêncio,
Ouvindo um fonética clássica,
bem suave a gostosa.

Prepararam uma sintaxe dupla para ele
E um hiato com gelo a ela
Ficaram conversando,
sentados num vocativo,
quando ele começou outra vez a se insinuar.

Ela foi deixando,
Ele foi usando seu forte adjunto adverbial,
E rapidamente chegaram a um imperativo,
todos os vocábulos diziam
que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar,
ela tremendo de vocabulário,
E ele sentindo seu ditongo crescente:
Se abraçaram, numa pontuação tão minúscula,
que nem um período simples passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou
que ainda era vírgula:
Ele não perdeu o ritmo
E sugeriu um longo ditongo oral,
E quem sabe,talvez,
uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.

È claro que ela se deixou levar por essas palavras,
Estava totalmente oxítona às vontades dele,
E foram para o comum de dois gêneros,
Ela totalmente voz passiva,
Ele voz ativa.

Entre beijos,
Carícias,
Parônimos
e substantivos,
Ele foi avançando cada vez mais:

Ficaram uns minutos nessa próclise,
E ele, com todo o seu predicativo do objeto,
ia tomando conta dela inteira.

Estavam na posição
De primeira e segunda pessoa do singular,
ela era um perfeito agente da passiva,
ele todo paroxítono,
Sentindo o pronome
do seu grande travessão
Forçando aquele hífen ainda singular.

Nisso a porta abriu repentinamente
era o verbo auxiliar do edifício.
Ele tinha percebido tudo,
e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois,
que se encolheram gramaticalmente,
Cheios de preposições,locuções e exclamativas.

Mas ao ver aquele corpo jovem,
numa acentuação tônica,
Ou melhor,
Subtônica,
o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios,
e declarou seu particípio na história.


Os dois se olharam,
E viram que isso era o melhor
do que uma metáfora por todo o edifício.

O Verbo auxiliar se entusiasmou,
e mostrou o seu adjunto adnominal.
Que loucura,minha gente.
Aquilo não era nem comparativo:
Era um superlativo absoluto.

Foi se aproximando dos dois,
com aquela coisa maiúscula.
com aquele predicativo do sujeito
apontado para seus objetos.

Foi chegando cada vez mais perto,
comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo,
propondo claramente uma mesóclise-a-trois.


Só que as condições eram estas:
Enquanto abusava de um ditongo nasal,
penetraria ao gerúndio do substantivo,
e culminaria com um complemento verbal
No artigo feminino.

O substantivo
vendo que poderia se transformar
num artigo indefinido depois dessa,
pensando em seu infinitivo,
resolveu colocar um ponto final na história:
Agarrou o verbo auxiliar pelo conectivo,
E jogou pela porta afora,e voltou ao seu trema,
cada vez mais fiel à língua portuguesa,
Com o artigo feminino colocado
em conjunção coordenativa conclusiva.

Agora quem coloca o ponto final sou eu.
Ou melhor :
coloco dois.
Um ,
é para não perder a mania.
Outro,
é porque isso é um conto rápido
e não uma oração adjetiva explicativa.

Autor Desconhecido....




em cordel


Cordel-->ENCONTRO DO SUBSTANTIVO COM ARTIGO FEMININO.
18/01/2008 - 22:30 (Henrique César Pinheiro)
BASEADO NA REDAÇÃO ABAIXO, QUE PUBLICO PARA CONHECIMENTO DA VERVE DA ALUNA E PARA SE ENTENDER ESTE CORDEL.
O NOME DA ALUNA DEIXOU DE PUBLICAR POR NÃO SABERR, MAS OS MÉRITOS SÃO TODOS DELA.

Os sujeitos, artigo e substantivo,
Encontraram-se num elevador.
O artigo, feminino, só pudor;
Substantivo mais velho e mais ativo;
O artigo já era bem mais esquivo.
Substantivo com seu aspecto plural,
Tendo aquele ar muito prefixal;
Duma vida cheia de preposições,
E também com muitas elocuções,
Viu aquele predicado nominal,

Que também era muito definido
E até mesmo bem muito singular
Aproveitou o sossego do lugar
E não sendo nem pouco comedido,
Mas enfático e descontraído,
Buscou, sem que os vícios de linguagem,
Viessem a atrapalhar sua abordagem
Pra novinha foi se insinuar
E aquela ocasião aproveitar.
O que fez sem ter medo, com coragem.

Ao contrário do sujeito oculto,
Entretanto silábica ela ficou,
Por ser átona nessa não embarcou,
Ele por um sujeito mais adulto
E fanático por filme, bem culto,
Ainda mais se for filme ortográfico,
Dela fez um perfil meio biográfico
Ali os dois sozinhos sem ninguém
Pra ouvir, ver, contar para alguém
Aquele ato bem cinematográfico.


Entretanto aos poucos reticências,
Ela foi pondo-as para o lado
E o que achou um papo furado
Deixou índices terem boas anuências,
Os pequenos, sem grandes abrangências.
De repente se pára elevador
Substantivo com seu ar de doutor
Tem ali bom motivo pra sinônimos;
Subterfúgios e até os pseudônimos.
Do que se aproveitou o sedutor.

Depois de aparadas as reticências
Já estavam bem entre os parênteses
Com ajuda de todos os epênteses,
Mas foi o elevador em ascendências,
No andar do substantivo veio anuências,
Depois de usar sua flexão verbal,
Entrou no seu aposto bem normal.
Ligou de imediato o fonema
Em silêncio, ela firme, suprema.
E ouviram um som fenomenal.

A fonética clássica, bem suave
E gostosa se fez sintaxe dupla
Para ele. Um hiato, que se decupla,
Com um pouco de gelo, sem entrave,
Para ela, que sentada, nada grave,
Num luxuoso, bonito vocativo
Que se tornam agora mais ativo.
Entretanto, ela usando seu forte,
O adjunto adverbial, ele com sorte,
Chegam muito bem ao imperativo.

Os vocábulos, dizem todos que
O fim é num transitivo direto.
Entretanto de um modo correto
E discreto para ninguém saber.
Porém tudo fizeram pra se ver.
Começaram a se aproximar
Pra poderem aquilo terminar.
Ela tremendo no vocabulário
Ele não sendo mesmo perdulário
Mas sentindo que ali ia levantar.

Pois estava seu ditongo crescente.
Abraçaram-se, numa pontuação
Tão minúscula que período não
Tinha como passar, ainda que fosse
Um período simples; até um doce.
Nessa ênclise, ela ali confessou:
Quero que saiba, vírgula eu sou.
Assim mesmo ele não perdeu o ritmo.
Passou a elogiar seu logaritmo.
Desta vez de artimanha ele usou.

Isto é, uma outra soletrada,
No seu apóstrofo, ele logo deu.
Claro que ela também não se escafedeu.
Pois estava um pouco apaixonada.
E há muito pensava na cantada,
Com palavras oxítonas estava
À mercê dele que não a largava.
Para comum de dois gêneros foram.
Perda de tempo não há. Não demoram.
Voz passiva, que voz ativa amava.

Entre beijos, carícias, substantivos,
E parônimos foi ele avançando.
Do que ambos estavam bem gostando.
Nessa próclise, pouco pensativos
Uns minutos ficaram intuitivos.
Ele com todo o seu predicativo
Do objeto de modo muito ativo
Ia tomando conta da situação,
O hífen bem perto por travessão
Foi forçado de modo conclusivo.

Muito firme de forma singular,
De um modo bastante paroxítono,
Parecendo até mesmo um barítono.
De repente vem o verbo auxiliar
Do edifício só pra atrapalhar.
Percebido já tudo ele tinha.
Colocar todos dois dentro da linha.
Adjetivos e as conjunções deu
Ele aos dois. E depois dali desceu.
Assim trêmula ficou. Coitadinha!

Mas de uma maneira gramatical
Ambos se encolheram, preposições,
Os remorsos e todas locuções
Que daquela maneira bem frasal
Empregadas de forma adverbial
Que ainda os deixou cheio de exclamativas
Diminuídas as suas expectativas.
Depois de ver aquele corpo jovem,
Que as tônicas acentuações demovem,
Baixou as repreensões adversativas.

Daí verbo auxiliar com seus advérbios
Diminuiu particípio na história
Mesmo de forma muito compulsória.
Depois de abusar muito dos prevérbios,
Toda sua sabedoria em advérbios,
Pra metáfora não ter no edifício
Foi o verbo auxiliar pro sacrifício,
Junto com o adjunto adnominal
E também com adjunto adverbial
Que foi feito de modo sub-reptício.

Que loucura. Não é comparativo
Mesmo aquilo, ó minha boa gente.
Talvez, não haja mesmo quem agüente.
Porque se trata do superlativo
Absoluto que com predicativo
Do sujeito foi se aproximando
Uma coisa maiúscula apontando
Pra os dois. E ditongo substantivo
Comparado ao tritongo bem ativo,
E mesóclise-a-trois foi propondo.


Entretanto sob estas condições:
Abusar de um ditongo nasal.
Complemento verbal pré-nupcial,
Pra acabar com aquelas confusões,
Seriam dadas muitas penetrações.
Também no gerúndio do substantivo
E no artigo bastante grande, ativo,
Mas também feminino, e transformar
Substantivo pra seu grande azar
Em artigo indefinido, mas vivo.

Depois dessa, mas pensando no que
Poderá vir a ser seu infinitivo
No que foi belo caso genitivo,
Antes que tudo se viesse saber,
E até muitos outros conhecer,
Resolveu-se final dá a história,
Porque isso foi uma boa vitória.
Conectivo do verbo auxiliar
Agarraram, tiraram do lugar.
E seu trema pra língua foi boa glória.

Colocado artigo feminino
Em uma conjunção coordenativa
Conclusiva de forma persuasiva
Substantivo foi-se muito ativo.
O artigo continuou bem passivo,
Com saudades e suas interjeições
E sofrendo os pontos exclamações.
Porque só vale quem tem numeral.
Tudo vai se perder na voz passiva
Porque todos os agentes da ativa
Só resolvem no pronome pessoal.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
JANEIRO/2008




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